Noite na Taverna: cópia com variações

Francilda Araújo Inácio

ORCID iD Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba (CEFET-PB) Brasil

Resumo

Este estudo aborda questões relativas à Noite na taverna, obra em que Álvares de Azevedo, num procedimento intertextual, pouco comum, realiza um diálogo com produções e autores consagrados da tradição, assumindo o simulacro, nos termos definidos por Gilles Deleuze como uma reversão, uma ruptura direcionada à criação. Seguindo um movimento de recusa da representação, o simulacro se opõe à tendência de a cópia voltar ao passado originário, para reproduzi-lo sem diferença e, portanto, sem crítica, não se tratando de uma reprodução pura e simples, mas da produção de algo diferente. No caso específico de Noite na taverna, que evidencia de forma clara sua filiação a fontes literárias, temos um movimento de choque com a tão propalada originalidade romântica, que empreende ainda um percurso em direção ao descentramento do discurso literário convencional e do sujeito–criador - como instância única e privilegiada da criação.

Palavras-chave


Romantismo; simulacro; kitsch; intertextualidade; descentramento


Texto completo:

Referências


AZEVEDO, Álvares. Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.

BYRON, George Gordon. Beppo: uma história veneziana. Tradução, introdução e notas de Paulo Henriques Brito. Rio de Janeiro: Nova fronteira, 1989.

BROCA, Brito. Românticos, Pré-românticos, ultra-românticos – Vida literária e Romantismo brasileiro. Estética/solis/INL/MEC, São Paulo: 1979.

CANDIDO, Antonio. A Educação pela noite & outros ensaios. Ática: São Paulo: 1987.

CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira. Vol.2, Rio de Janeiro/Belo Horizonte: Itatiaia, 1997.

CUNHA, Cilaine Alves. Entusiasmo indianista e Ironia byroniana. (tese). USP, 2000.

COUTINHO, Afrânio. A Literatura no Brasil – Era romântica. 5. ed., São Paulo: Global, 1999. Vol. 3.

DELEUZE, Gilles. Lógica do sentido. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, 2003.

LIMA, Roberto Sarmento. Manuel Bandeira: o mito revisitado (uma leitura intertextual da poética da modernidade), Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1987.

MOLES, Abraham. O Kitsch. 5. ed., São Paulo: Perspectiva, 2001.

SCHWARZ, Roberto. Que horas são? São Paulo: Companhia das Letras, 1997.


DOI: http://dx.doi.org/10.18265/1517-03062015v1n14p101-107

O arquivo PDF selecionado deve ser carregado no navegador caso tenha instalado um plugin de leitura de arquivos PDF (por exemplo, uma versão atual do Adobe Acrobat Reader).

Como alternativa, pode-se baixar o arquivo PDF para o computador, de onde poderá abrí-lo com o leitor PDF de sua preferência. Para baixar o PDF, clique no link abaixo.

Caso deseje mais informações sobre como imprimir, salvar e trabalhar com PDFs, a Highwire Press oferece uma página de Perguntas Frequentes sobre PDFs bastante útil.

Visitas a este artigo: 1812

Total de downloads do artigo: 1574