Comportamento vegetativo do tomateiro-cereja (Lycopersicon pimpinellifolium) irrigado com águas salinas

Lidiane Maria dos Santos Guimarães Barros

ORCID iD Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) Brasil

Jose Lucínio de Oliveira Freire

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) Brasil

Andreza Agda Dantas Silva

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) Brasil

Resumo

A água salina na irrigação é uma alternativa para agricultura na região semiárida do Nordeste brasileiro. Ante a carência de pesquisas sobre essa temática, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da salinidade hídrica no comportamento vegetativo do tomateiro-cereja. O experimento foi instalado em viveiro telado, com 50% de sombreamento, em delineamento inteiramente casualizado, ao uso de seis níveis de água (0,5; 2,0; 3,5; 5,0; 6,5 e 8,0 dS m-1) e oito repetições. Foram analisadas as taxas de crescimento absoluto e relativo em altura, em diâmetro caulinar, em fitomassa fresca epígea e em fitomassa seca foliar; os dias para floração inicial, caulinar, radicular e total; e as alocações de biomassa foliar, caulinar e radicular. A salinidade reduziu as taxas de crescimento absoluto e relativo em altura; a taxa de crescimento absoluto da fitomassa fresca epígea e da fitomassa seca foliar, caulinar, radicular e total; a alocação da biomassa caulinar; e os dias de floração da cultura. As taxas de crescimento absoluto e relativo do diâmetro caulinar, a taxa de crescimento relativo da fitomassa fresca epígea e a alocação da biomassa radicular não foram influenciadas pelo aumento da condutividade elétrica da água. A alocação da biomassa foliar foi o indicador que melhor representou o efeito do estresse salino e obteve crescimento linear.

Palavras-chave


Solanaceae; Comportamento vegetativo; Condutividade elétrica


Texto completo:

Referências


AHMED, C. B. et al. Saline water irrigation effects on soil salinity distribution and some physiological responses of field grown Chemlali olive. Journal of Environmental Management, Tunísia, v. 113, n. 1, p. 538-544, 2012.

ALVES, F. A. L. et al. Efeito do Ca2+ externo no conteúdo de Na+ e K+ em cajueiros expostos a salinidade. Revista Brasileira de Ciências Agrárias, Recife, v. 6, n. 4, p. 602-608, 2011.

QADOS, Amira MS Abdul. Effect of salt stress on plant growth and metabolism of bean plant Vicia faba (L.). Journal of the Saudi Society of Agricultural Sciences. Saudi Arabia. v. 10, n. 1, p. 7-15, 2011.

BATES, G. W. et al. Transporte de solutos. In: TAIZ, L. et al. Fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed, 2013. p. 132-159.

BENINCASA, M. M. P. Análise de crescimento de plantas: noções básicas. Jaboticabal: FUNEP, 2003. 42 p.

BERNARDO, S. Manual de irrigação. 4. ed. Viçosa: UFV, Imprensa Universitária, 1987. 488 p.

CENTRAIS DE ABASTECIMENTO DO PARANÁ. Tomate: análise técnico-econômica e os principais indicadores da produção nos mercados mundial, brasileiro e paranaense. Boletim Técnico 03. TOMATE: Agosto de 2017. Curitiba: Ceasa Paraná, 2017.

CEASA-RS. Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul SA. 6 jan. 2011. Cotações. Disponível em http://www.ceasa.rs.gov.br/ DUARTE LA; SC

CHITWOOD, D. J. Phytochemical based strategies for nematode control. Annual Review of Phytopathology, Palo Alto, v. 40, p. 221-249, 2002.

COSME, C. R. et al. Produção de tomate hidropônico utilizando rejeito da dessalinização na solução nutritiva aplicados em diferentes épocas. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, PB, UAEA/UFCG, v. 15, n. 5, p. 499-504, 2011.

CRONQUIST, A. The evolution and classification of flowering plants. 2. ed. New York: The New York Botanical Garden, 1988. 555 p.

DIAS, N. S. et al. Efeitos dos sais no solo e na planta. Manejo da salinidade na agricultura: Estudos básicos e aplicados. Fortaleza: INCTSal, p. 129-140, 2010.

DOSSA, D., Fuchs F. Tomate: análise técnico-econômica e os principais indicadores da produção nos mercados mundial, brasileiro e paranaense. Boletim Técnico 03. TOMATE: Agosto de 2017. Curitiba: Ceasa Paraná, 2017.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISAS AGROPECUÁRIA. Embrapa Hortaliças. Brasília, DF, fev. 2014, Manejo integrado de pragas do tomateiro para processo industrial. Disponível em https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/991795/1/1205CT129.pdf. Acesso em: 05 de mar. de 2018.

FEITOSA, S. O. et al. Crescimento do feijão caupi irrigado com efluente tratado e água salina sob diferentes concentrações. Revista Agrotec, v. 36, n. 1, p. 146-155, 2015.

FERNANDES, C. et al. Alterações nas propriedades físicas de substratos para cultivo de tomate cereja, em função de sua reutilização. Horticultura Brasileira, v. 24, n. 1, p. 94-98, 2006.

FERREIRA, D. F. Sisvar: a guide for its Bootstrap procedures in multiple comparisons. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, MG, v. 38, n. 2, p. 109-112, mar./abr. 2014. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-70542014000200001. Acesso em: 14 jan. 2018.

FREIRE, J. L. O. et al. Teores de micronutrientes no solo e no tecido foliar do maracujazeiro amarelo sob atenuantes do estresse salino. Agropecuária Técnica, v. 36, n. 1, p. 65-81, 2015.

FREIRE, J. L. O. et al. Comportamento fenotípico do feijão macassar inoculado com rizóbio sob biofertilização suína e estresse salino. Revista Principia, João Pessoa, n. 35, p. 56-59, jun. 2017.

GOMES, J. W. S. et al. Crescimento e produção de tomate cereja em sistema hidropônico com rejeito de dessalinização. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v. 42, n. 4, p. 850-856, out./dez. 2011.

GOMES, J. M. et al. Crescimento de mudas de Eucalyptus grandis em diferentes tamanhos de tubetes e fertilização N-P-K. Revista Árvore, Viçosa-MG. v. 27, n. 2, p. 113-127, 2003.

GUEDES, R. A. A. et al. Estratégias de irrigação com água salina no tomateiro cereja em ambiente protegido. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, PB, v. 19, n. 10, p. 913-919, 2015.

GUILHERME, D. O. et al. Análise sensorial e físico-química de frutos de tomate cereja orgânicos. Revista Caatinga, Mossoró-RN. v. 27, n. 1, p. 181-186, 2014.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. [2018]. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/picui. Acesso em: 5 fev. 2018.

LEIDI , E. O. et al. Tolerancia de los cultivos al estrés salino: qué hay de nuevo. Revista de Investigaciones de la Facultad de Ciencias Agrarias, Rosario, n. II, p. 1-11, 2002.

LIMA, C. J. G. S. et al. Avaliação de diferentes bandejas e substratos orgânicos na produção de mudas de tomate cereja. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza-CE. v. 40, n. 1, p. 123-128, 2009.

MAAS, E. V. et al. Crop Salt Tolerance – Current Assessment. Journal of Irrigation and Drainage Division, Califónia. v. 103, n. 2, p. 115-134, 1977.

MATOS, F. S. et al. Desenvolvimento de mudas de pinhão-manso irrigadas com água salina. Revista Brasileira de Ciências do Solo, Viçosa. v. 37, p. 947-954, 2013.

MAZHER et al. Responses of ornamental and woody trees to salinity. World Journal Agriculture Science, v. 3, n. 3, p. 386-395, 2007.

MEDEIROS, R. F. Crescimento inicial do tomateiro cereja sob irrigação com águas salinas em solo com biofertilizante bovino. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 15, n. 5, p. 505-511, 2011.

MENDONÇA, F. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de textos, 2007.

MOURA, T. M. et al. Correlação entre floração, frutificação e variáveis ambientais em Solanum lycocarpum. A. St. Hil, solanaceae. Bioscience Journal, Uberlândia, MG, v. 26, n. 3, p. 457-462, mai./jun. 2010.

ALBUQUERQUE NETO, ANTONIO A. R., ROBERTA MN PEIL. Produtividade biológica de genótipos de tomateiro em sistema hidropônico no outono/inverno. Horticultura Brasileira, Vitória da Conquista. v. 30, n. 4, p. 613-619, out./dez. 2012.

NOBRE, Reginaldo Gomes et al. Crescimento e floração do girassol sob estresse salino e adubação nitrogenada. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v. 41, n. 3, p. 358-365, jul./set. 2010.

NUNES, Renato Leandro Costa et al. Efeitos da salinidade da solução nutritiva na produção de pimentão cultivado em substrato de fibra de coco. Revista Caatinga, Mossoró, v. 26, n. 4, p. 48-53, out./dez. 2013.

PASSIOURA, J. B.; MUNNS, Rana. Rapid environment changes that affect leaf water status induce transient surges or pauses in leaf expansion rate. Australian Journal of Plant Physiology, v. 27, p. 941-948, 2000.

REBOITA, Michelle Simões et al. Regimes de precipitação na América do Sul: uma revisão bibliográfica. Revista Brasileira de Meteorologia, São José dos Campos, SP, v. 25, n. 2, p. 185-204, 2010.

SANTOS, L. J. S. et al. Efeito da salinidade na produção de mudas de pimentão. In: INOVAGRI INTERNATIONAL MEETING, IV., 2017, Fortaleza. Anais [...]. Fortaleza. 2017.

SANTOS, Patrícia Ribeiro dos; Germinação, vigor e crescimento de duas cultivares de feijoeiro em soluções salinas. 2006. 82 f. Dissertação (Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2006.

SILVA, André Costa da et al. Avaliação de linhagens de tomate cereja tolerantes ao calor sob sistema orgânico de produção. Revista Caatinga, Mossoró, RN, v. 24, n. 3, p. 33-40, jul./set. 2011.

SILVA, Ítalo Nunes et al. Qualidade de água na irrigação. Agropecuária científica no semi-árido. Patos, PB, v. 7, n. 3, p. 1-15, jul./set.. 2011. ISSN 1808-6845.

SILVA, P. A. et al. Sistemas de condução na produção comercial de tomate “cereja”. Nativa. Sinop, MT, v. 5, n. 5, p. 316-319, set./out. 2017. ISSN 2318-7670.

SILVA, Patrícia F. da et al. Sais fertilizantes e manejo da fertirrigação na produção de tomateiro cultivado em ambiente protegido. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental [online]. 2013, vol.17, n.11, p. 1173-1180. ISSN 1807-1929. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-43662013001100007.

SOARES, L. A. A. et al. Crescimento do tomateiro e qualidade física dos frutos sob estresse hídrico em ambiente protegido. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável. Mossoró, RN, v. 6, n. 3, p. 203-212, jul./set. 2011. ISSN 1981-8203.

TORRES, E. C. M. et al. Biometria de mudas de cajueiro anão irrigadas com águas salinas e uso de atenuadores do estresse salino. Nativa. Sinop, MT, v. 2, n. 2, p. 71-78, abr./jun. 2014. ISSN 2318-7670.


DOI: http://dx.doi.org/10.18265/1517-03062015v1n44p132-142

O arquivo PDF selecionado deve ser carregado no navegador caso tenha instalado um plugin de leitura de arquivos PDF (por exemplo, uma versão atual do Adobe Acrobat Reader).

Como alternativa, pode-se baixar o arquivo PDF para o computador, de onde poderá abrí-lo com o leitor PDF de sua preferência. Para baixar o PDF, clique no link abaixo.

Caso deseje mais informações sobre como imprimir, salvar e trabalhar com PDFs, a Highwire Press oferece uma página de Perguntas Frequentes sobre PDFs bastante útil.

Visitas a este artigo: 1706

Total de downloads do artigo: 1634