Avaliação do potencial de pozolanicidade do resíduo cerâmico

Janaína Anne Mota Melo

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) Brasil

João Batista Duarte

ORCID iD Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Brasil

Leonardo do Nascimento Dias

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) Brasil

Sóstenes Rodrigues do Rêgo

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) Brasil

Vamberto Monteiro da Silva

ORCID iD Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) Brasil

Wilson Acchar

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Brasil

Resumo

A indústria da construção civil ainda é responsável pela geração de um volume significativo de resíduos oriundos das argamassas, concretos e materiais cerâmicos. Destacam-se, nesse cenário, os resíduos de tijolos cerâmicos que podem ser incorporados na produção de novos materiais, tais como argamassas de assentamento e revestimento, concretos e tijolos ecológicos. Este processo de incorporação possibilita a redução dos percentuais de aglomerantes nessas composições e, consequentemente, a diminuição de custos e do consumo de recursos naturais não renováveis, além da redução da emissão de dióxido de carbono oriundo da fabricação do clínquer. Para isso, faz-se necessária a constatação científica do processo de atividade pozolânica, por meio dos seguintes ensaios: análise mineralógica por Difração de Raios X (DRX), análise granulométrica por peneiramento e sedimentação e análise química por Fluorescência de Raios X (FRX), e a constatação do consumo de Ca (OH)2, através do ensaio de Chapelle modificado. Os resultados obtidos mostraram que o resíduo de cerâmica, proveniente das alvenarias sem fins estruturais, apresenta altos teores de sílica (SiO2), óxido de alumínio (Al2O3) e óxido de ferro (Fe2O3), podendo, devido sua elevada pozolanicidade, substituir parcialmente o cimento como aditivo pozolânico secundário.

Palavras-chave


Construção civil; Resíduo cerâmico; Pozolanicidade


Texto completo:

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DOI: http://dx.doi.org/10.18265/1517-03062015v1n48p139-145

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