Variação da capacidade resistente de vigas de madeira em situação de incêndio

Thiago Damasceno Silva

ORCID iD Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Brasil

Tarniê Vilela Nunes Narques

ORCID iD Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Brasil

João Paulo Boff Almeida

ORCID iD Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Brasil

André Luis Christoforo

ORCID iD Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Brasil

Resumo

Neste trabalho foi analisada a variação dos esforços resistentes de vigas de madeira em situação de incêndio. Foram verificadas vigas de madeira folhosa com seção transversal retangular, divididas em dois grupos, sendo o primeiro constituído por vigas de madeira serrada e o segundo, por vigas de madeira laminada colada (MLC). Para efeito de comparação, variou-se a resistência à compressão paralela às fibras da madeira folhosa, considerando, ao todo, quatro classes de resistência: D30, D40, D50 e D60. Em todos os casos foi considerada a taxa de carbonização de 0,55 mm/min, associada a madeiras de média e alta densidade, segundo as normas técnicas de dimensionamento. Além disso, nenhuma proteção térmica foi adotada. Observou-se que o tempo máximo de resistência ao fogo foi de 40 minutos para as vigas de madeira serrada e de 120 minutos para as vigas de MLC. A variação dos esforços resistentes em função do tempo foi aproximadamente linear para a força cortante, enquanto o momento fletor apresentou variação ligeiramente não linear. A variação da classe de resistência da madeira promoveu diferenças proporcionais nos esforços resistentes.

Palavras-chave


Esforços resistentes; Estruturas de madeira; Situação de incêndio; Vigas


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Referências


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DOI: http://dx.doi.org/10.18265/1517-0306a2021id4897

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