PREVALÊNCIA DE BRUCELOSE EM EQUÍDEOS DE TRAÇÃO NO SEMIÁRIDO DO NORDESTE BRASILEIRO
DOI:
https://doi.org/10.35512/ras.v6i2.6473Resumo
INTRODUÇÃO: Os equídeos assumem um importante papel econômico e social, desempenhando trabalho de tração, utilizados por inúmeras famílias, tornando-se a base do sustento financeiro, assim, o desempenho físico desses animais apresenta elevada importância. Dentre as doenças que podem causar transtornos à saúde dos equídeos, destaca-se a brucelose. É uma doença causada por bactérias do gênero Brucella, com potencial zoonótico, presente em todo o planeta, com maior evidência nas regiões tropicais e em países em desenvolvimento. Em equídeos, a brucelose é causada principalmente por Brucella abortus, acarretando uma doença de caráter crônico, com inflamação articular, sinovial e desordens reprodutivas. Com importância no contexto de Saúde Única, a brucelose possui alta transmissibilidade, tendo como fonte de infecção diversos tipos de hospedeiros, por meio de contato com secreções e pelo consumo de produtos não pasteurizados. Os equídeos atuam como reservatórios para a disseminação desta enfermidade, devido ao contato com animais de produção e com o homem, No Brasil, são escassos os estudos sobre a prevalência de brucelose em equídeos que realizam trabalhos de tração. OBJETIVOS: Considerando uma importância para saúde pública, pois estes animais realizam longos trajetos diários, mantendo contato com humanos e outras espécies, este trabalho objetivou descrever a prevalência e os fatores associados à infecção por B. aborttus em equídeos de tração, no Semiárido do Nordeste Brasileiro. METODOLOGIA: Foram coletados 5 ml de sangue assepticamente por venopunção jugular externa de 322 equídeos de tração, sendo 76 equinos, 155 muares e 91 asininos. As amostras de sangue foram enviadas para o Laboratório de Imunologia e Doenças Infectocontagiosas (LIDIC) do Hospital Veterinário do Instituto Federal da Paraíba (IFPB). No LIDIC, foram obtidos os soros e armazenadas a -20°C, para realização de testes para Brucelose. Em todas as amostras foi realizado o teste do Antígeno Acidificado Tamponado (AAT), como triagem, utilizando como antígeno B. abortus, como preconizado pelo Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal - PNCEBT. As amostras reagentes no AAT foram enviadas para o Instituto de Pesquisas Veterinárias Especializadas LTDA (IPEVE), em Belo Horizonte Minas Gerais, para testes confirmatórios de 2-Mercaptoetanol (2-ME) e Soroaglutinação Lenta (SAL). RESULTADOS: Do total de 322 soros sanguíneos analisados pelo teste AAT (triagem), 23 testaram positivos. Nos testes confirmatórios, 21 (6,5%) foram positivos, sendo nove (42,8%) de muares (5 fêmeas/4 machos), sete (33,3%) de equinos (6 fêmeas/1 macho) e cinco (23,8%) de asininos (2 fêmeas/ 3 machos. CONCLUSÃO: Concluiu-se que a brucelose está presente no rebanho de equídeos carroceiros no semiárido do Nordeste Brasileiro, com expressiva prevalência, necessitando de medidas adequadas de controle e profilaxia, além da adoção de estratégias de erradicação da enfermidade na região.