Avaliação físico-química de leite in natura comercializado informalmente no sertão paraibano

George Wagner Nóbrega Silva

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), Campus Sousa Brasil

Mayara Pereira Oliveira

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), Campus Sousa Brasil

Kelly Dantas Leite

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), Campus Sousa Brasil

Maria Simone Oliveira

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), Campus Sousa Brasil

Bruno Alexandre de Araújo Sousa

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), Campus Sousa Brasil

Resumo

O leite é um alimento que possui alto valor nutricional e por isso é de fundamental importância para a dieta humana, devendo chegar à mesa do consumidor sem qualquer descaracterização em sua composição. Entre as diversas atividades de controle da qualidade do leite, há a detecção de fraudes no leite cru, por meio da avaliação de seus parâmetros físico-químicos. Objetivou-se com este estudo analisar a caracterização físico-química de leite in natura comercializado informalmente no município de Aparecida/PB. No período de setembro a outubro de 2015, a cada 15 dias, foram coletadas seis amostras de vendedores distintos, denominados de L1, L2, L3, L4, L5 e L6, das quais se realizaram análises de densidade (g/ml), umidade, cinzas, gordura, acidez em ºDornic, pH, índice crioscópico, adição de amido, Extrato Seco Total (EST), Extrato Seco Desengordurado (ESD), sendo feitas em três repetições das coletas de cada vendedor e, posteriormente, realizada a medição da temperatura no momento da coleta das amostras. Os resultados obtidos foram confrontados com a Instrução Normativa IN 62/2011. A umidade variou de 67,49% a 89,45%; as cinzas de 0,45% a 0,73%; a gordura de 3,5% a 7,5%; a acidez de 14ºD a 23ºD; o  pH de 5,83 a 6,93; a densidade de 1,022 g/ml a 1,031 g/ml; o índice crioscópico de 0,464 a 0,542, apresentando uma adição de percentual de água de 0,12% a 6,74%; o EST de 10,54% a 32,50%; o ESD de 3,42% a 27,55% e a temperatura das amostras na coleta de 27°C a 33, 2°C. De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que as amostras se apresentam de forma insatisfatória quando comparadas com a IN 62, indicando uma possível fraude deste produto. Dessa forma, torna-se necessária a adoção de medidas de fiscalização por parte das autoridades competentes e uma maior conscientização dos vendedores e consumidores.

Palavras-chave


Boas práticas agropecuárias; Controle de qualidade; Saúde pública


Texto completo:

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DOI: http://dx.doi.org/10.18265/1517-03062015v1n35p34-41

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