Exigência dietética de fósforo na alimentação por fases da tilápia do Nilo
DOI:
https://doi.org/10.18265/1517-0306a2021id6625Palavras-chave:
deficiência de fósforo, fósforo disponível, nutrição de peixes, Oreochromis niloticus, tilápia GIFTResumo
O fósforo possui diversas funções biológicas, estando relacionado desde a formação óssea até o fluxo de energia, assim como possui relação direta com as questões ambientais, já que nitrogênio e fósforo são os principais responsáveis pela eutrofização de efluentes da aquicultura. Dietas que atendam às exigências nutricionais para cada fase de vida dos peixes podem contribuir para a melhoria do desempenho zootécnico e para o meio ambiente. Os estudos foram realizados para determinar as exigências de fósforo disponível para tilápias do Nilo em três faixas de peso (Fase I: 16 g – 100 g; Fase II: 38 g – 250 g e Fase III: 155 g – 350 g). Para isto, rações isonutricionais foram formuladas com cinco níveis crescentes de fósforo disponível para cada ensaio independente. Os peixes foram criados em sistemas de recirculação (tanques com 90 L, 250 L e 250 L) com filtragem físico-biológica durante 60 dias para determinar desempenho zootécnico, parâmetros fisiológicos e mineralização corporal. As exigências nutricionais de fósforo disponível para os peixes de 16 g – 100 g, 38 g – 250 g e 155 g – 350 g foram: 0,76%; 0,50% e 0,45% para o máximo desempenho zootécnico; 0,42%; 0,33% e 0,31% para o equilíbrio orgânico e 0,78%; 0,77% e 0,71% para máxima mineralização óssea. Baixos níveis de fósforo nas rações resultaram em sinais de deficiência. Dietas contendo níveis adequados de fósforo para maximizar o crescimento dos peixes também permitem que eles mantenham os parâmetros metabólicos e fisiológicos em padrões de referência para peixes saudáveis. Recomenda-se a oferta de rações com 0,76%; 0,50% e 0,45% de fósforo disponível kg-1 ração, respectivamente, para peixes de 16 g – 100 g; 38 g – 250 g e 155 g – 350 g.
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