Uso da proteína plasmática como biomarcador de imunidade passiva em cordeiros alimentados com colostro de diferentes espécies

Bruna Lima Chechin Catussi

ORCID iD Universidade de São Paulo (USP) Brasil

Rodrigo Garcia Motta

ORCID iD Universidade Estadual de Maringá (UEM), campus Umuarama Brasil

Luan Sitó da Silva

ORCID iD Universidade Estadual de Maringá (UEM), Campus Umuarama Brasil

Flavio Augusto Vicente Seixas

ORCID iD Universidade Estadual de Maringá (UEM) Brasil

Adalgiza Pinto Neto

ORCID iD Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Realeza Brasil

Antônio Campanha Martinez

ORCID iD Universidade Estadual de Maringá (UEM), Campus Umuarama Brasil

Resumo

O objetivo deste estudo foi caracterizar a transferência da imunidade passiva, por meio da concentração de proteína plasmática total (PT), em cordeiros alimentados com colostros bovino ou ovino. Foram utilizados 36 animais, divididos em dois grupos. Os cordeiros do tratamento 1 (T1) receberam colostro de vaca, enquanto, os do tratamento 2 (T2) receberam colostro de ovelha. As amostras de sangue foram coletadas em 5 momentos: H0 (ao nascer), H2 (duas após parto), H6 (seis horas após parto), H12 (doze horas após parto) e H24 (24 horas após parto). A dosagem da proteína plasmática foi realizada por espectrofotometria e os dados foram analisados pelo software Origin 6.0. O valor médio da proteína total plasmática dos cordeiros na primeira coleta de sangue (H0) foi de 1,73±1,31 g/dL (T1) e 1,95±1,05 g/dL (T2). No H2 encontrou-se 2,13±1,11 (T1) e 2,24±0,97 (T2). Já no momento (H6) foi de 3,06±1,40 (T1) e 3,74±3,25 (T2). No momento (H12) foi de 3,92±1,81 (T1) e 5,50±3,74 (T2), e nas vinte e quatro horas após a coleta (H24), foi de 3,97±1,70 (T1) e 4,04±2,26 (T2). Não houve diferença significativa entre os grupos. Conclui-se, portanto, que há transferência de imunidade passiva para cordeiros neonatos que receberam colostro de diferentes origens e que a mensuração da proteína plasmática é um importante biomarcador da eficácia da colostragem em cordeiros.

Palavras-chave


Imunidade; Neonato; Ovinos; Proteína plasmática


Texto completo:

Referências


BALZANI, A.; CORDELL, H. J.; EDWARDS, S. A. Evaluation of an on-farm method to assess colostrum IgG content in sows. Animal, v. 10, n. 4, p. 643-648, 2016. DOI: https://doi.org/10.1017/S1751731115002451.

BANCHERO, G. E.; MILTON, J. T. B.; LINDSAY, D. R.; MARTIN, G. B.; QUINTANS, G. Colostrum production in ewes: a review of regulation mechanisms and of energy supply. The Animal Consortium. v. 9, n. 5, p. 831-837, 2015. DOI: https://doi.org/10.1017/S1751731114003243.

BICUDO, L. C.; LOPES, R. S.; TAKAHIRA, R. K.; RODELLO, L.; BICUDO, S. D. Monitoramento da aquisição de imunidade passiva em cordeiros com ingestão voluntária de colostro pela determinação da proteína total sérica. Veterinária e Zootecnia, v. 22, n. 3, p. 437-444, 2015. Disponível em: https://1library.org/document/y9r83gly-monitoramento-aquisi%C3%A7%C3%A3o-imunidade-cordeiros-ingest%C3%A3o-volunt%C3%A1ria-determina%C3%A7%C3%A3o-prote%C3%ADna.html. Acesso em: fev. 2020.

BOLAND, T. M.; HAYES, L.; SWEENEY, T.; CALLAN, J. J.; BAIRD, A. W.; KEELY, S.; CROSBY, T. F. The effects of cobalt and iodine supplementation of the pregnant ewe diet on immunoglobulin G, vitamin E, T3 and T4 levels in the progeny. Animal, v. 2, N. 2, p. 197–206, 2008. DOI: https://doi.org/10.1017/S175173110700105X.

CASTRO-ALONSO, A.; CASTRO, N.; CAPOTE, J.; CAPOTE, J.; MORALES-DELA, N. A.; MORENO-DIAS, I.; SÁNCHEZ-MACIAS, D.; HERRAEZ, P.; ARGÜELLO, A. Apoptosis regulates passive immune transfer in newborn kids. Journal Dairy Science, v. 91, n. 5, p. 2086-2088, 2008. DOI: https://doi.org/10.3168/jds.2007-0814.

CHRISTLEY, R. M.; MORGAN, K. L.; PARKIN, T. D. H.; FRENCH, N. P. Factors related to the risk of neonatal mortality, birth-weight and serum immunoglobulin concentration in lambs in the UK. Preventive Veterinary Medicine, v. 57, n. 4, p. 209-226, 2003. DOI: https://doi.org/10.1016/S0167-5877(02)00235-0.

FERNANDES, A. R. M.; ORRICO JUNIOR, M. A. P.; ORRICO, A. C. A.; VARGAS JUNIOR, F. M.; OLIVEIRA, A. B. M. Desempenho e características qualitativas da carcaça e da carne de cordeiros terminados em confinamento alimentados com dietas contendo soja grão ou gordura protegida. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 40, n. 8, p. 1822-1829, 2011. DOI: https://doi.org/10.1590/S1516-35982011000800028.

HASHEMI, M.; ZAMIRI, M. J.; SAFDARIAN, M. Effects of nutrition level during late pregnancy on colostral production and blood immunoglobulin levels in Karakule ewes and their lambs. Small Ruminant Research, v. 75, n. 2, p. 204–209, 2008. DOI: https://doi.org/10.1016/j.smallrumres.2007.11.002.

HERNÁNDEZ-CASTELLANO, L. E.; ALMEIDA, A. M.; VENTOSA, M.; COELHO, A. V.; CASTRO, N.; ARGÜELLO, A. The effect of colostrum intake on blood plasma proteome profile in newborn lambs: low abundance proteins. BMC Veterinary Research, v. 10, p. 85, 2014a. Disponível em: https://bmcvetres.biomedcentral.com/articles/10.1186/1746-6148-10-85. Acesso em: 05 dez. 2019.

HERNÁNDEZ-CASTELLANO, L.; ALMEIDA, N.; CASTRO, N.; ARGÜELLO, A. The colostrum proteome, ruminant nutrition and immunity: a review. Current Protein & Peptide Science, v. 15, p. 64-74, 2014b. DOI: https://doi.org/10.2174/1389203715666140221124622.

IBGE. Sistema IBGE de Recuperação Automática – SIDRA. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/tabela/3939#resultado. Acesso em: 15 jan. 2020.

KHAN, A.; SULTAN, M. A.; JALVI, M. A.; HUSSAIN, I. Risk factors of lamb mortality in Pakistan. Animal Research, v. 55, n. 4, p. 301-311, 2006. DOI: https://doi.org/10.1051/animres:2006017.

LEMOS, V. L.; GUARANÁ, E. L. S.; AFONSO, J. A. B.; FAGLIARI, J. J.; SILVA, P. C.; SOARES; MENDONÇA, C. L. Proteinograma do soro lácteo de ovelhas da raça Santa Inês em diferentes fases de lactação. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 33, n. 6, p. 807-812, 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-736X2013000600019.

LIMA, A. L.; MORETTI, D. B.; NORDI, W. M.; PAULETTI, P.; SUSIN, I.; MACHADO-NETO, R. Eletrophoretic profile of serum proteins of goat kids fed with bovine colostrum in natura and lyophilized. Small Ruminant Research, v. 113, n. 1, p. 278-282, 2013. DOI: https://doi.org/10.1016/j.smallrumres.2013.02.013.

MACHADO NETO, R.; CASSOLI, L. D.; BESSI, R.; PAULETTI, P. Avaliação do fornecimento adicional de colostro para bezerros. Revista Brasielira de Zootecnia, v. 33, n. 2, p. 420-425, 2004. DOI: https://doi.org/10.1590/S1516-35982004000200020.

MASSIMINI, G.; PELI, A.; BOARI, A.; BRITTI, D. Evaluation of assay procedures for prediction of passive transfer status in lambs. American Journal of Veterinary Research, v. 67, p. 593–598, 2006. DOI: https://doi.org/10.2460/ajvr.67.4.593.

MOHRI, M.; SHARIFI, K.; EIDI, S. Hematology and serum biochemist try of Holstein dairy calves: age related changes and comparison with blood composition in adults. Research in Veterinary Science, v. 83, n. 1, p. 30-39, 2007. DOI: https://doi.org/10.1016/j.rvsc.2006.10.017.

MORETTI, D. B.; KINDLEIN, L.; PAULETTI, P.; MACHADO-NETO, R. IgG absorption by Santa Ines lambs fed Holstein bovine colostrum or Santa Ines ovine colostrum. Animal, v. 4, n. 6, p. 933-937, 2010. DOI: https://doi.org/10.1017/S1751731110000157.

NISSEN, A.; ANDERSEN, P. H.; BENDIXEN, E.; INGVARTSEN, K. L.; RONTVED, C. M. Colostrum and milk protein rankings and ratios of importance to neonatal calf health using a proteomics approach. Journal of Dairy Science, v. 100, n. 4, p. 2711-2728, 2017. DOI: https://doi.org/10.3168/jds.2016-11722.

NÓBREGA JUNIOR, J. E.; RIET-CORREA, F.; NÓBREGA, R. S.; MEDEIROS, J. M.; VASCONCELOS, J. S.; SIMÕES, S. V. D.; TABOSA, I. M. Mortalidade perinatal de cordeiros no semi-árido da Paraíba. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 25, n. 3, p. 171-178, 2005. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-736X2005000300008v.

ÖZTABAK, K.; ÖZPINAR, A. Growth performance and metabolic profile of Chios lambs prevented from colostrum intake and artificially reared on a calf milk replacer. Turkish Journal of Veterinary and Animal Sciences, v. 30, n. 3, p. 319-324, 2006. Disponível em: https://dergipark.org.tr/en/pub/tbtkveterinary/issue/12538/151184. Acesso em: 16 jan. 2020.

PAULETTI, P.; MACHADO NETO, R.; PACKER, I. U.; BESSI, R. Avaliação dos níveis séricos de imunoglobulina, proteína e o desempenho de bezerras da raça holandesa. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 37, n. 1, p. 89-94, 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pab/a/FX7rZLpMcHtkTT8KS3qQp3t. Acesso em: 16 jan. 2020.

PAULETTI, P.; MACHADO NETO, R.; PACKER, I. U.; D’ARCE, R. D.; BESSO, R. Quality of colostral passive immunity and pattern os sérum protein fluctuation in newborn calves. Scientia Agricola, v. 60, n. 3, p. 453-456, 2003. DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-90162003000300006.

RAUPRICH, A. B. E.; HAMMON, H. M.; BLUM, J. W. Influence of feeding different amounts of first colostrum on metabolic, endocrine and health status and on growth performance in neonatal calves. Journal of Animal Science, v. 78, n. 4, p. 896-908, 2000. DOI: https://doi.org/10.2527/2000.784896x.

SANTANA, A. F.; SILVA, M. H.; ANUNCIAÇÃO, A. V. M.; GUARDIANI, B. P.; RIBEIRO, A. C.; BRAZIL, B. N.; AGUIAR, C. S. Transferência de imunidade passiva em cabritos. In: CONGRESSO PERNAMBUCANO DE MEDICINA VETERINÁRIA, SEMINÁRIO NORDESTINO DE CAPRINO-OVINOCULTURA, 5., 6., 2003, Recife, 2003. Anais... Recife, 2003. p.389-390.

SILVA, S. L.; FAGLIARI, J. J.; BARBOZA, P. F. J.; CESCO, F. T. R. S.; JORGE, R. L. N. Avaliação da imunidade passiva em caprinos recém-nascidos alimentados com colostro de cabras ou colostro de vacas. ARS Veterinária, v. 23, n. 2, p. 81-88, 2007. Disponível em: http://arsveterinaria.org.br/ars/article/viewFile/134/116. Acesso em: 05 dez. 2019.

SIMÕES, S. V. D.; COSTA, R. G.; SOUZA, P. M.; MEDEIROS, N. A.; VILAR, A. L. T. Imunidade passiva, morbidade neonatal e desempenho de cabritos em diferentes manejos de colostro. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 25, n. 4, p. 219-224, 2005. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-736X2005000400006.

SOUZA, D. F.; MONTEIRO, A. L.; DITTRICH, R. L.; SCHMIDT, E. M. S.; FERNANDES, S. R.; BELTRAME, O. C. Dinâmica pré e pós-colostral de parâmetros bioquímicos em cordeiros. Ciência Animal Brasileira, v. 15, n. 3, p. 313-321, 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/1809-6891v15i324807.

TABATABAEI, S.; NIKBAKHT, G.; VATANKHAH, M.; SHARIFI, H.; ALIDADI, N. Variation in colostral immunoglobulin G concentration in fat tailed sheep and evaluation of methods for estimation of colostral immunoglobulin content. Acta Veterinaria Brno, v. 82, n, 3. p. 271-275, 2013. DOI: https://doi.org/10.2754/avb201382030271.

TSILIGIANNI, T.; DOVOLOU, E.; AMIRIDIS, G. S. Efficacy of feeding cow colostrum to newborn lambs. Livestock Science, v. 149, n. 3, p. 305-309, 2012. DOI: https://doi.org/10.1016/j.livsci.2012.07.016.

TURQUINO, C. F.; FLAIBAN, K. K. M. C.; LISBÔA, J. A. N. Transferência de imunidade passiva em cordeiros de corte manejados extensivamente em clima tropical. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 31, n. 3, p. 199-205, 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-736X2011000300003.

ULIAN, C. M. V.; FERNANDES, S.; RAMOS, P. R. R.; DIAS, A.; LOURENÇO, M. L. G.; CHIACCHIO, S. B. Avaliação da absorção colostral em neonatos ovinos da raça Bergamácia. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 66, n. 3, p. 705-712, 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/1678-41625864.

YANAKA, R.; CAMARGO, D. G.; BOVINO, F.; SANTOS, W. A.; DÓCUSSE, M. R.; CAVASSANO, B. S.; FEITOSA, F. L. F. Período de absorção intestinal de macromoléculas em cabritos recém-nascidos após a ingestão de colostro bovino. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 32, n. 8, p. 794-802, 2012. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-736X2012000800020.

YILMAZ, Ö. T.; KAŞIKÇI, G.; GÜNDÜZ, M. C. Benefits of pregnant sheep immunostimulation with Corynebacterium cutis on post-partum and early newborn’s life IgG levels, stillbirth rate and lamb’s weight. Small Ruminant Research. v. 97, n. 1-3, p. 146-151, 2011. DOI: https://doi.org/10.1016/j.smallrumres.2011.03.002.


DOI: http://dx.doi.org/10.18265/1517-0306a2021id4545

O arquivo PDF selecionado deve ser carregado no navegador caso tenha instalado um plugin de leitura de arquivos PDF (por exemplo, uma versão atual do Adobe Acrobat Reader).

Como alternativa, pode-se baixar o arquivo PDF para o computador, de onde poderá abrí-lo com o leitor PDF de sua preferência. Para baixar o PDF, clique no link abaixo.

Caso deseje mais informações sobre como imprimir, salvar e trabalhar com PDFs, a Highwire Press oferece uma página de Perguntas Frequentes sobre PDFs bastante útil.

Visitas a este artigo: 902

Total de downloads do artigo: 517