Eficácia de anti-helmínticos no controle de parasitas gastrintestinais de ovinos no Alto Sertão da Paraíba, Brasil

José Gabriel Gonçalves Lins

ORCID iD Universidade Estadual Paulista "Julho de Mesquita Filho" (UNESP) Brasil

Amélia Lizziane Leite Duarte

ORCID iD Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) Brasil

Talles Luann Abrantes Ferreira

ORCID iD Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) Brasil

Amaíra Casimiro do Nascimento

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) Brasil

Paloma Nascimento Pedrosa

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), Campus Sousa Brasil

Wellitania Inácia da Silva

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) Brasil

Resumo

Avaliou-se a eficácia de diferentes anti-helmínticos sobre nematódeos gastrintestinais de ovinos no Alto Sertão paraibano. O teste de resistência parasitária foi conduzido em duas unidades de produção (P1 e P2) de ovinos mestiços Dorper e Santa Inês, localizadas na microrregião de Sousa. Ovinos de ambos os sexos, jovens e adultos, foram distribuídos em cinco grupos, sendo grupo controle (G1), Ivermectina 0,08% (G2), Doramectina 1% (G3), Albendazol 10% (G4) e Cloridrato de Levamisole 5% (G5). Na P1, cada grupo foi formado por três animais jovens e três adultos, e, na P2, por três animais adultos e dois jovens. As fezes foram coletadas na avaliação pré-tratamento (D0) e pós-tratamento (D7, D14 e D21). Na P1, Cloridrato de Levamisole 5% foi o mais eficaz, enquanto os demais se mostraram insuficientemente ativos. Na P2, o Albendazol 10% e Cloridrato de Levamisole 5% apresentaram os maiores percentuais de eficácia ao D7, D14 e D21, e para os dias D7 e D14, a Ivermectina 0,08% e a Doramectina 1% mostraram-se efetivos, com redução entre 90% e 98%. Quanto à cultura de larvas, 100% das infecções helmínticas dos ovinos, em ambas as propriedades, eram causadas por helmintos da superfamília Trichostrongyloidea, sendo Haemonchus spp. o mais prevalente (75.9%). 

Palavras-chave


Nematódeos; Tratamento; Pequenos ruminantes; Semiárido


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DOI: http://dx.doi.org/10.18265/1517-03062015v1n43p128-139

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