Eficácia de anti-helmínticos no controle de parasitas gastrintestinais de ovinos no Alto Sertão da Paraíba, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.18265/1517-03062015v1n43p128-139Palavras-chave:
Nematódeos, Tratamento, Pequenos ruminantes, SemiáridoResumo
Avaliou-se a eficácia de diferentes anti-helmínticos sobre nematódeos gastrintestinais de ovinos no Alto Sertão paraibano. O teste de resistência parasitária foi conduzido em duas unidades de produção (P1 e P2) de ovinos mestiços Dorper e Santa Inês, localizadas na microrregião de Sousa. Ovinos de ambos os sexos, jovens e adultos, foram distribuídos em cinco grupos, sendo grupo controle (G1), Ivermectina 0,08% (G2), Doramectina 1% (G3), Albendazol 10% (G4) e Cloridrato de Levamisole 5% (G5). Na P1, cada grupo foi formado por três animais jovens e três adultos, e, na P2, por três animais adultos e dois jovens. As fezes foram coletadas na avaliação pré-tratamento (D0) e pós-tratamento (D7, D14 e D21). Na P1, Cloridrato de Levamisole 5% foi o mais eficaz, enquanto os demais se mostraram insuficientemente ativos. Na P2, o Albendazol 10% e Cloridrato de Levamisole 5% apresentaram os maiores percentuais de eficácia ao D7, D14 e D21, e para os dias D7 e D14, a Ivermectina 0,08% e a Doramectina 1% mostraram-se efetivos, com redução entre 90% e 98%. Quanto à cultura de larvas, 100% das infecções helmínticas dos ovinos, em ambas as propriedades, eram causadas por helmintos da superfamília Trichostrongyloidea, sendo Haemonchus spp. o mais prevalente (75.9%).
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