O mundo estava calado quando nós morremos: aspectos identitários em Meio Sol Amarelo, de Chimamanda Ngozi Adichie
DOI:
https://doi.org/10.18265/1517-03062015v1n37p71-77Palavras-chave:
Literatura, Identidade, ÁfricaResumo
No ano de 2009, em uma conferência sobre tecnologia, entretenimento e design, Chimamanda Ngozi Adichie apresentou um discurso em que defendia a ideia de que as pessoas estivessem abertas a conhecer as múltiplas histórias existentes sobre os fatos que impactam a nossa sociedade, fugindo da ideia, na verdade do perigo de uma história única. Neste sentido, chama a atenção para o fato de que, geralmente, acreditamos que existe uma única versão dos fatos referentes às pessoas que formam um povo. Somos acostumados a ter essa única concepção, e é essa ideia que o texto de Meio Sol Amarelo(2006) tenta desfazer em relação aos nigerianos ou em relação aos povos que fazem parte da nação nigeriana. Pretendemos, neste artigo, analisar as concepções de identidade presentes na obra, sob a perspectiva dos acontecimentos que conduzem a narrativa. Para isso,
apoiamos a nossa análise nas concepções de identidade de Bauman (2004) e Hall (2006). Este contexto analítico culmina na perspectiva das identidades fragmentadas do mundo pós-moderno e contemporâneo, e, sobre esta contemporaneidade, tomamos como base o pensamento de Agamben (2009). Estas concepções conduzem, portanto, à compreensão de que é preciso desfazer as ideias preestabelecidas sobre a África e os países que fazem parte da África, um continente composto de povos, interesses e costumes diversificados, o que, concomitantemente, nos leva a desfazer outras pré construídas que são estabelecidas em nossa sociedade ocidental.
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Referências
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