Carbonatação natural e modelos de previsão para concretos de cimento Portland: uma revisão

Glauco Fonsêca Henriques

ORCID iD Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Brasil

Jennef Carlos Tavares

ORCID iD Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) Brasil

Antônio Dias de Lima Terceiro Neto

ORCID iD Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Brasil

Resumo

Dado a importância de compreensão dos problemas causados pela carbonatação, despassivação e corrosão de armaduras em estruturas de concreto armado, modelos de previsão de vida útil vêm sendo desenvolvidos para descrever adequadamente o progresso dessa degradação, cada qual com suas variáveis e melhores condições de aplicação. Logo, a presente pesquisa objetivou realizar uma revisão literária nacional acerca do fenômeno da carbonatação, no intuito de relacionara aderência de alguns modelos de previsão da frente carbonatada do concreto com estudos de propagação natural, além de indicar a relevância, diferenças e premissas desses modelos. Assim, a metodologia pautou-se em fazer uma seleção dos trabalhos de carbonatação em campo no catálogo de teses e dissertações da CAPES, buscando as pesquisas entre 2000 e 2019, com foco em medidas naturais de deterioração para uma posterior comparação com modelos de previsão citados na literatura. Como resultado, foram selecionados cinco modelos de previsão da carbonatação e dois estudos com carbonatação natural para se verificar a aderência dos modelos. Entre as variáveis que mais influenciaram nos modelos de previsão, pode-se destacar: relação a/c, tipo de cimento e adição, concentração de CO2, umidade relativa e temperatura, sendo a relação a/c a mais comum de ser utilizada. Portanto, conclui-se que cada modelo tem suas variáveis particulares relacionadas às características do concreto e condições ambientais, o que dificulta sua generalização em campo, mas que são de extrema importância e podem apresentar grande parcela de relevância de acordo com as situações e dados locais que melhor se apliquem.

Palavras-chave


Corrosão; Durabilidade; Vida útil


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Referências


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DOI: http://dx.doi.org/10.18265/1517-0306a2021id6023

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