Análise temporal dos aspectos clínicos e sociais relacionados à sífilis congênita na Paraíba entre 2008 e 2017

Matheus Santos Duarte

ORCID iD Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Brasil

Michael Ferreira Machado

ORCID iD Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Brasil

Carlos Dornels Freire de Souza

ORCID iD Universidade Federal de Alagoas (UFAL) Brasil

Resumo

A sífilis congênita é uma doença causada pela transmissão vertical da bactéria Treponema pallidum, da mãe infectada para seu filho, podendo resultar em diversas sequelas para o recém-nascido. Este estudo teve por objetivo analisar as características clínicas e sociais das mães cujos filhos foram acometidos por essa doença, na Paraíba, entre 2008 e 2017. Trata-se de um estudo descritivo e transversal, desenvolvido a partir de dados secundários do Ministério da Saúde. As tendências foram analisadas mediante modelo de regressão segmentada por meio do software Joinpoint. Os resultados estatísticos foram comparados com as ações governamentais implementadas no recorte temporal analisado, no âmbito relativo ao enfrentamento da sífilis. Foi observada, uma maior proporção de casos desta doença em mulheres pardas e de baixa escolaridade. Esta proporção foi maior que a média nacional. Foi percebida, também, uma alta porcentagem de realização do tratamento de forma inadequada. Apesar de, ultimamente, essa porcentagem ter diminuído, a proporção daquelas que não realizaram tratamento cresceu. Verificou-se, ainda, que o pré-natal tem sido cada vez mais realizado por essas gestantes. Nesse sentido, pode-se destacar a influência da Rede Cegonha nesse processo, proporcionando maior alcance e qualidade do pré-natal, além de ampliar a capacidade de testagem e de tratamento da gestante com sífilis.


 

Palavras-chave


Sífilis Congênita; Paraíba; Tendência; Saúde materno-infantil; Saúde


Texto completo:

Referências


ANDRADE, Heuler Souza et al. Caracterização epidemiológica dos casos de sífilis em mulheres. Ciência & Saúde, Divinópolis, v. 12, n. 1, e32124, jan-mar. 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.15448/1983-652X.2019.1.32124. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faenfi/article/view/32124/17807. Acesso em: 12 abr. 2019.

ARAUJO, Eliete da Cunha et al. Importância do pré-natal na prevenção da Sífilis Congênita. Revista Paraense de Medicina, Belém, v. 20, n. 1, p. 47-51, 2006. Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-59072006000100008. Acesso em: 20 jul. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conheça a Rede Cegonha. Folder. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/rede_cegonha.pdf. Acesso em: 9 ago. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 77, de 12 de janeiro de 2012. Dispõe sobre a realização de testes rápidos, na atenção básica, para a detecção de HIV e sífilis, assim como testes rápidos para outros agravos, no âmbito da atenção pré-natal para gestantes e suas parcerias sexuais. Diário Oficial da União: seção ?, Brasília, DF, ano 139, n. 10, p. 43, 12 jan. 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.351, de 5 de outubro de 2011. Altera a Portaria nº 1.459/GM/MS, de 24 de junho de 2011, que institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Rede Cegonha. Diário Oficial da União: seção?, Brasília, DF, ano 139, n. 193, p. 58, 6 out. 2011a

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 3.161, de 27 de dezembro de 2011. Dispõe sobre a administração da penicilina nas unidades de Atenção Básica à Saúde, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União: seção ?, Brasília, DF, ano 139, n. 10, p. 54, 27 dez. 2011b. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3161_27_12_2011.html. Acesso em: 20 jul. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Sífilis: o que é, causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção. Brasília, 4 jul. 2017. Disponível em: https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/sifilis#:~:text=A%20s%C3%ADfilis%20%C3%A9%20uma%20Infec%C3%A7%C3%A3o,secund%C3%A1ria%2C%20latente%20e%20terci%C3%A1ria).. Acesso em: 10 ago. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Indicadores e Dados Básicos da Sífilis nos Municípios Brasileiros. Brasília, 2019. Disponível em: http://indicadoressifilis.aids.gov.br. Acesso em: 10 ago. 2019.

CAMPOS, Ana Luiza de Araújo et al. Epidemiologia da sífilis gestacional em Fortaleza, Ceará, Brasil: um agravo sem controle. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 26, n. 9, p. 1747-1755, set. 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-311X2010000900008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2010000900008&lng=en. Acesso em: 28 jul. 2019.

CARDOSO, Amanda dos Santos Teles et al. Desabastecimento da penicilina e impactos para a saúde da população. Observatório de Análise Política em Saúde, Salvador, 16 maio 2017. Disponível em: https://analisepoliticaemsaude.org/oaps/pensamentos/8d4373c163b7217b193ffdc7c29135b3/1/. Acesso em: 10 ago. 2019.

CARDOSO, Ana Rita Paulo et al. Análise dos casos de sífilis gestacional e congênita nos anos de 2008 a 2010 em Fortaleza, Ceará, Brasil. Ciência e Saúde Coletiva, [online], v. 23, n. 2, p. 563-574, 2018. DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232018232.01772016. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v23n2/1413-8123-csc-23-02-0563.pdf. Acesso em: 21 jul. 2019.

DUSSAULT, Gilles. La epidemiología y la gestión de los servicios de salud. Boletín Epidemiológico – Organización Panamericana de la Salud, Washington, USA. v. 16, n. 2, p. 1-5, jul. 1995. Disponível em: http://iris.paho.org/xmlui/bitstream/handle/123456789/32135/22371.pdf?sequence=1. Acesso em: 21 jul. 2019.

LIMA, Marina Guimarães et al. Incidência e fatores de risco para sífilis congênita em Belo Horizonte, Minas Gerais, 2001-2008. Ciência e Saúde Coletiva, [online], v. 18, n. 2, p. 499-506, 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-81232013000200021. Disponível em: https://www.scielosp.org/scielo.php?pid=S1413-81232013000500021&script=sci_abstract. Acesso em: 28 jul. 2019.

MACIEL, J. M. M. P. et al. Incidência da sífilis congênita na Paraíba e sua relação com o cuidado pré-natal. In: COSTA, E. M. (org.). Bases conceituais da saúde 5. Ponta Grossa, PR: Atena Editora, 2019. DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.3671915029.

NAVARRO, Ana Maria Ayres. Estratégia para Implantação dos Testes Rápidos na Atenção Básica. Avanços e dificuldades em João Pessoa - PB. Apresentação em 14 de maio de 2019. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2019/estrategia-para-implantacao-dos-testes-rapidos-na-atencao-basica-avancos-e-dificuldades-em. Acesso em: 10 ago. 2019.

NONATO, Solange Maria; MELO, Ana Paula Souto; GUIMARÃES, Mark Drew Crosland. Sífilis na gestação e fatores associados à sífilis congênita em Belo Horizonte-MG, 2010-2013. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 24, n. 4, p. 681-694, 2015. DOI: http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742015000400010. Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1679-49742015000400010&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 12 abr. 2019.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado da Saúde. Sífilis congênita e sífilis na gestação. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 42, n. 4, p. 768-772, 2008. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102008000400026. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102008000400026. Acesso em: 20 jul. 2019.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado da Saúde. Centro de Controle de Doenças. Guia de bolso para o manejo da sífilis em gestantes e sífilis congênita. São Paulo: Secretaria de Estado da Saúde, 2016. Disponível em: http://www.saude.campinas.sp.gov.br/doencas/sifilis/guiadebolsodasifilis_2edicao2016.pdf. Acesso em: 20 jul. 2019.

SILVA, Angela Maria e. Atenção ao pré-natal, parto e pós-parto na perspectiva de mulheres atendidas na rede cegonha. 2016. Tese (Doutorado em Enfermagem) – Escola de Enfermagem Anna Nery, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2016. Disponível em: http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-908726. Acesso em: 9 ago. 2019.

SILVEIRA, Kauani Amarante da et al. Assistência à Gestante com Sífilis e Parceiros Sexuais: Revisão Integrativa. In: CUBA SALUD 2018, Havana, Cuba. Trabajos Publicados. Havana: Ministerio de Salud Pública, 2018. Disponível em: http://www.convencionsalud2018.sld.cu/index.php/connvencionsalud/2018/paper/view/1291/495. Acesso em: 20 jul. 2019.

SOARES, Ricardo de Sousa. Pré-natal. In: SOARES, Ricardo de Sousa. Qualidade dos serviços da rede cegonha em João Pessoa: avaliação da satisfação utilizando modelagem de equações estruturais. 2016. Tese (Doutorado em Modelos de Decisão em Saúde) – Centro de Ciências Exatas e da Natureza, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2016. 55-56. Disponível em: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/tede/9064. Acesso em: 10 ago. 2019.

UNICAMP – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Pré-natal e puerpério: manual de consulta rápida para os profissionais de saúde. São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, 2017. Disponível em: http://www.saude.sp.gov.br/resources/ses/perfil/gestor/homepage/programa-de-fortalecimento-da-gestao-da-saude-no-estado-de-sao-paulo/consultas-publicas-manuais-da-linha-de-cuidado-da-gestante-parturiente-e-puerpera/manual_de_consulta_rapida.pdf. Acesso em: 20 jul. 2019.


DOI: http://dx.doi.org/10.18265/1517-0306a2021v1n54p44-51

O arquivo PDF selecionado deve ser carregado no navegador caso tenha instalado um plugin de leitura de arquivos PDF (por exemplo, uma versão atual do Adobe Acrobat Reader).

Como alternativa, pode-se baixar o arquivo PDF para o computador, de onde poderá abrí-lo com o leitor PDF de sua preferência. Para baixar o PDF, clique no link abaixo.

Caso deseje mais informações sobre como imprimir, salvar e trabalhar com PDFs, a Highwire Press oferece uma página de Perguntas Frequentes sobre PDFs bastante útil.

Visitas a este artigo: 1226

Total de downloads do artigo: 679