A burocratização da ressocialização: uma análise das concepções de educadores atuantes no sistema de privação de liberdade

Edson Ferreira Souza

Universidade Joaquim Nabuco (UNINABUCO) Brasil

Ane Bianca Stricagnoli de Aguiar

Universidade Joaquim Nabuco (UNINABUCO) Brasil

Carla Fabiana Silva

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE) Brasil

Renato Wagner Daniel de Souza Menezes

Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) Brasil

Amanda Sannara Daniel de Souza Menezes

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Brasil

Catarina Carneiro Gonçalves

ORCID iD Universidade Federal da Paraiba (UFPB) Brasil

Resumo

Este estudo apresenta uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso realizada com cinco educadores do sistema socioeducativo da Funase em Abreu e Lima – PE. Esses profissionais foram escolhidos por atuarem diretamente com os socioeducandos, servindo, na maioria das vezes, como modelo para estes. Além disso, foram escolhidos por considerarmos que a educação é uma importante ferramenta na formação do discente pelo sistema socioeducativo, ou seja, é no espaço escolar das unidades de privação de liberdade que o interno pode se sentir humano e ter melhores possiblidades de reinserção social. Esta pesquisa teve como objetivos identificar as práticas pedagógicas de educadores socioeducativos consideradas eficientes no processo de ressocialização e conhecer sua concepção de ressocialização, práticas pedagógicas utilizadas e perspectivas dos educadores acerca do processo de ressocialização. Conclui-se que, apesar das dificuldades apontadas, a formação escolar parece ser a chave principal que poderá abrir aos jovens em privação de liberdade as portas do processo de reintegração social, sendo a educação profissional considerada pelos profissionais como a prática mais relevante.

Palavras-chave


Educadores; Adolescentes; Educação de jovens e adolescentes em privação de liberdade; Escola no sistema socioeducativo


Texto completo:

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DOI: http://dx.doi.org/10.18265/1517-03062015v1n48p11-19

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