Monitoramento das propriedades dos biodíeseis metílicos de soja puro, aditivado e comercial, sob condições de estocagem ao relento em recipientes de aço-carbono

Marco Aurélio Rodrigues de Melo

ORCID iD Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Brasil

Giuseppe Cavalcanti de Vasconcelos

Instituto de Educação Superior da Paraíba (IESP) Brasil

Williams da Silva Guimarães de Lima

Secretaria de Estado da Educação da Paraiba (SEE-PB) Brasil

Maria Andrea Mendes Formiga Melo

Secretaria Municial de Saúde (SMS) de João Pessoa (PB) Brasil

Ary da Silva Maia

Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Brasil

Eduardo Homem de Siqueira Cavalcanti

ORCID iD Instituto Nacional de Tecnologia (INT) Brasil

Resumo

Aumento da demanda mundial por combustíveis líquidos, aquecimento global, segurança e estabilidade energética, vontade política por desenvolvimento nos campos da agricultura, social e energético são pontos que mostram a necessidade do desenvolvimento de novas tecnologias para a produção do biodiesel, a partir de diversas culturas agrícolas espalhadas por todos os países bem como a busca dos aditivos que melhorem sua estabilidade e estocagem. Diante deste cenário, o objetivo deste estudo foi investigar o comportamento oxidativo do biodiesel de soja puro e com adição de antioxidantes sob condições de estocagem ao relento, avaliando as propriedades físicas, químicas, fluidodinâmicas, teor de água e suscetibilidade à oxidação do biodiesel comercial. O biodiesel de soja metílico foi obtido na sua forma comercial (com adição de antioxidante, BSA100 - TBHQ) e na sua forma pura (sem adição de antioxidante, BS100) e puro – com adição de antioxidantes naturais, BSM50 - 50% de biodiesel de soja puro e 50% de biodiesel de macaúba puro, BS100-13 e BS100-14 - aditivo de extrato de uva Syrah e Petit Verdot –, respectivamente. A Cromatografia gasosa identificou o biodiesel metílico de soja, verificando a existência de 50,41%, referente à linolenato de metila que influencia sensivelmente em sua susceptibilidade no processo de oxidação. As caracterizações físicas e químicas foram realizadas, determinando-se alguns parâmetros: índice de acidez, massa específica e viscosidade cinemática, demonstrando valores dentro do limite permitido, conforme Resolução ANP no 14/2012. Com o aumento do tempo de armazenamento, ocorreu um expressivo aumento do teor de água nos biodieseis bem superior ao limite (350 ppm). Os aditivos produziram pequenos acréscimos no valor da estabilidade à oxidação. Após 30 dias de armazenamento em frascos de aço-carbono, os biodieseis metílicos de soja não mais atenderão à regulamentação da ANP.

Palavras-chave


Biodiesel; Armazenamento; Antioxidantes; Estabilidade


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DOI: http://dx.doi.org/10.18265/1517-03062015v1n38p11-18

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