AVALIAÇÃO DA DIVERSIDADE DE PROTOZOÁRIOS ENTÉRICOS DE BOVINOS NO SEMIÁRIDO DA PARAÍBA

LUANA CARNEIRO DE SOUSA

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Campus Sousa Brasil

Lidio Ricardo Bezerra de Melo

Universidade Federal de Campina Grande, Campus Patos Brasil

Clarisse Silva de Menezes Oliveira

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraiba, Campus Sousa Brasil

Larissa Claudino Ferreira

Universidade Federal de Campina Grande, Campus Patos Brasil

Vinícius Longo Ribeiro Vilela

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Campus Sousa Brasil

Resumo

INTRODUÇÃO: A bovinocultura ocupa lugar de destaque no cenário mundial, sendo o Brasil um dos maiores produtores de leite e exportadores de carne bovina. Na Paraíba, a produção de ruminantes é uma atividade viável, fornecendo uma das principais fontes de proteína animal para a alimentação humana. Entretanto, existem alguns limitantes na produtividade dos rebanhos, dentre eles, o parasitismo por Eimeria spp., responsáveis por quadros de diarreia, perda de peso e queda na produção de carne e leite, além de mortalidade dos animais. OBJETIVOS: Descrever a diversidade de coccídios entéricos nos rebanhos bovinos no Semiárido da Paraíba. METODOLOGIA: O estudo foi realizado em 20 fazendas, localizadas em Uiraúna, Bom Sucesso, Barra de Santana, Catolé do Rocha, Sousa, Patos, Aparecida, Gado Bravo, Campina Grande, Aroeiras, Soledade, Galante e Brejo do Cruz. Foram utilizados de forma aleatória 40 bovinos de cada fazenda, totalizando uma amostragem de 800 animais. As amostras fecais foram coletadas diretamente da ampola retal com o auxílio de sacos plásticos limpos, com identificação do animal e encaminhadas ao Laboratório de Parasitologia Veterinária (LPV) do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), Sousa-PB, para análises fecais pela técnica de centrífugo-flutuação em solução de sacarose, à 3000 rpm. As fezes de animais positivos para coccídios entéricos foram diluídas em uma solução aquosa de dicromato de potássio (K2Cr2O7) a 2,5% e deixadas em estufa B.O.D. à 28 ºC, umidade relativa do ar >80% por 15 dias, para que os oocistos esporulassem. Após esse período, foram realizadas novas centrifugo-flutuações, utilizando 2 gramas de fezes com K2Cr2O7 a 2,5% e 20 mL de solução de sacarose. Os coccídios esporulados eram visualizados por microscópio óptico MAX-300® com objetiva de 40X, acoplado a um microcomputador com o programa Mv Image® para identificação específica por microfotografia e mensurações micrométricas de oocistos e seus esporocistos. De cada animal positivo, foram fotografados e mensurados 20 coccídios. RESULTADOS: A presença de coccídios foi detectada em 17,12% (137/800) das amostras analisadas. Todas as propriedades apresentaram ao menos um animal positivo para coccídios (100%; 20/20), sendo que o número de animais positivos por propriedade variou de 1 a 15. No total, foram fotografados e mensurados 2740 coccídios, cujas prevalências, em ordem decrescente, foram: Eimeria bovis (35,10%; 962/2740), seguida de Eimeria canadensis (17,48%; 479/2740), Eimeria auburnensis (14,70%; 403/2740), Eimeria ellipsoidallis (9,70%; 266/2740), Eimeria zuernii (7,22%; 198/2740), Eimeria brasiliensis (4,56%; 125/2740), Eimeria bukidnonensis (3,97%; 109/2740), Eimeria illinoisensis (2,91%; 80/2740), Eimeria wyomingensis (1,42%; 39/2740), Eimeria alabamensis (1,27%; 35/2740), Eimeria cylindrica (0,76%; 21/2740), Eimeria pellita (0,54%; 15/2740), Eimeria ildefonsois (0,21%; 6/2740) e Eimeria subspherica (0,07%; 2/2740). CONCLUSÃO: Conclui-se que os bovinos do Semiárido da Paraíba encontram-se parasitados por 14 espécies de Eimeria, apresentando infecções predominantemente subclínicas, favorecendo, assim, sua disseminação e infecções em animais susceptíveis.

Texto completo:

Referências


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DOI: http://dx.doi.org/10.35512/ras.v6i2.6509

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