Aprendizagem e retenção em programação: um estudo no ensino médio técnico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, campus Parelhas, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.18265/2447-9187a2024id8545Palavras-chave:
avaliação de habilidades, desempenho educacional, ensino de programação, estratégias de aprendizagem, retenção acadêmicaResumo
Apesar das inovações acadêmicas proporcionadas pela educação profissionalizante disponibilizada pelos Institutos Federais, o ensino de programação ainda apresenta muitas lacunas. Este estudo investiga as dificuldades enfrentadas no ensino de programação do Curso Técnico Integrado em Informática (CTII) do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), câmpus Parelhas. O objetivo é analisar o desempenho dos alunos ao longo dos anos do curso, com foco nas disciplinas de Fundamentos de Lógica e Algoritmos (FLA) e Programação Orientada a Objetos (POO). A metodologia adotada consiste em um estudo qualitativo e quantitativo, que incluiu a aplicação de questionários, entrevistas e uma análise de dados sobre as taxas de reprovação nessas disciplinas nos últimos cinco anos. A pesquisa envolveu 162 discentes, compreendendo 90% da totalidade matriculada no curso. Os testes aplicados abordaram tarefas com diferentes níveis de competência exigidos pela programação. Os resultados revelam um desempenho baixo, com a média de pontuação dos alunos abaixo dos 50% em todas as turmas participantes. Dentre as principais dificuldades citadas pelos estudantes, destacam-se a interpretação deficiente, o esquecimento de conceitos básicos e problemas na resolução de tarefas simples. Esses desafios são corroborados pela taxa de reprovação significativa na disciplina de Fundamentos de Lógica e Algoritmos (FLA), atingindo 17,5% ao ano, a mais alta entre as matérias analisadas. As entrevistas educacionais diagnosticaram as principais estratégias, recursos e experiências profissionais associadas aos discentes com alta retenção das habilidades. Os dados obtidos contribuem para a compreensão das dinâmicas de aprendizagem e para o desenvolvimento de estratégias de ensino mais engajadoras.
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