Avaliação do uso de catalisador de cobre para produção de mirceno a partir da isomerização térmica do β-pineno
DOI:
https://doi.org/10.18265/2447-9187a2024id8380Palavras-chave:
catálise, cobre, mirceno, pirólise, terpenosResumo
Os terpenos são uma matéria-prima natural e sustentável utilizada na indústria de química fina, permitindo a produção de aromas e fragrâncias de interesse para a sociedade. Dentre os inúmeros terpenos identificados, o mirceno é um importante intermediário para a produção comercial de álcoois terpênicos, como o geraniol e o nerol, além de compostos aromatizantes como o citral e o mentol, bem como na síntese das vitaminas A e E. O mirceno pode ser sintetizado a partir do β-pineno, o qual é obtido por destilação da terebintina. Dessa forma, este estudo avaliou a eficiência do uso de catalisador de cobre na síntese do mirceno a partir da isomerização térmica do β-pineno. Os ensaios foram realizados em uma unidade de pirólise de bancada, com a temperatura do forno mantida em 500 oC e a temperatura no interior do reator variando entre 280 oC e 540 oC, obtida pela variação da vazão de alimentação (1,27 × 10-4 mL.ms-1 a 2,52 × 10-4 mL.ms-1) do b-pineno. Comparou-se a produção de mirceno na presença e ausência de catalisador de cobre, o qual foi mantido fixo no reator tubular. Os resultados da cinética da reação mostraram que a energia de a ativação não se altera com o uso do catalisador, mas este aumentou o fator pré-exponencial em aproximadamente 30%. Após a validação da rota proposta para a síntese do mirceno e da cinética das reações envolvidas, essa foi simulada em reatores do tipo plug flow reactor (PFR) e packed bed reactor (PBR), verificando-se um aumento de 6,1%, 9,1% e 10,5% na produção de mirceno para temperaturas de reação de 450 oC, 475 oC e 500 oC, respectivamente, para o PBR. O uso do catalisador também minimizou a formação de subprodutos em temperaturas superioras a 475 oC.
Downloads
Referências
ALBRIGHT, L. F.; CRYNES, B. L.; CORCORAN, W. H. Pyrolysis: theory and industrial practice. USA: Academic Press, 1983.
BIERKANDT, T.; HOENER, M.; GAISER, N.; HANSEN, N; KÖHLER, M.; KASPER, T. Experimental flat flame study of monoterpenes: Insights into the combustion kinetics of ?-pinene, ?-pinene, and myrcene. Proceedings of the Combustion Institute. v. 38. n. 2. p. 2431-2440, 2021. DOI: https://doi.org/10.1016/j.proci.2020.06.204.
BUDDOO, S.; SIYAKATSHANA, N.; ZEELIE, B; DUDAS, J. Study of the pyrolysis of 2-pinanol in tubular and microreactor systems with reaction kinetics and modelling. Chemical Engineering and Processing: Process Intensification, v. 48, n. 9, p. 1419-1426, 2009. DOI: https://doi.org/10.1016/j.cep.2009.07.009.
CHIBIRYAEV, A. M.; YERMAKOVA, A.; KOZHEVNIKOV, I. V. Activation parameters of supercritical and gas-phase ?-pinene thermal isomerization. Russian Journal of Physical Chemistry A, v. 85, p. 1621-1632, 2011. DOI: https://doi.org/10.1134/S0036024411090068.
COMPUTATION, W.-J. L.; LU, J.-H.; SHI, Z.-W.; LEI, F.-H.; QI, W.-L.; YANG, J.; XING, Z.; WU, A.-Q.; SHEN, L.-Q. Thermal isomerism and pyrolysis mechanism of ?-pinene and ?-pinene in a solvent-free solution and ethanol based on density functional theory. Chemical Physics, v. 544, 111103, 2021. DOI: https://doi.org/10.1016/j.chemphys.2021.111103.
ERMAN, M.; WILLIAMS, M.; WHELAN, P.; CÁRDENAS, C.; ANTIPIN, M. The composition of Iso E Super. Perfumer & Flavorist. v. 26, p. 16-21, 2001. Disponível em: https://img.perfumerflavorist.com/files/base/allured/all/document/2016/02/pf.PF_26_02_016_05.pdf. Acesso em: 12 jul. 2024.
FELIPE, L. O.; BICAS, J. L. Terpenos, aromas e a química dos compostos naturais. Química Nova na Escola, v. 39, n. 2, p. 120-130, 2017. DOI: http://dx.doi.org/10.21577/0104-8899.20160068.
FOGLER, H. S. Elementos de engenharia das reações químicas. 4. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009.
GOLDBLATT, L. A.; PALKIN, S. Vapor phase thermal isomerization of ?- and ?-pinene. Journal of the American Chemical Society, v. 63, n. 12, p.3517-3522, 1941. DOI: https://doi.org/10.1021/ja01857a075.
HE, J., GONG, Y., ZHAO, W., TANG, X., QI, X. A comparative study on the gas?phase and liquid?phase thermal isomerization reaction of ??pinene. Journal of Physical Organic Chemistry, v. 26, n. 15-22, 2013. DOI: https://doi.org/10.1002/poc.3011.
KOLICHESKI, M. B. Síntese do mirceno a partir da isomerização térmica do ?-pineno. 2006. Tese (Doutorado em Engenharia) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2006. Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/7360. Acesso em: 10 nov. 2023.
KOLICHESKI, M. B.; COCCO, L. C.; MITCHELL, D. A.; KAMINSKI, M. Synthesis of myrcene by pyrolysis of ?-pinene: analysis of decomposition reactions. Journal of Analytical and Applied Pyrolysis, v. 80, n. 1, p. 92-100, 2007. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jaap.2007.01.005.
LEVENSPIEL, O. Engenharia das reações químicas. São Paulo: Blücher, 2000.
OHLOFF, G.; PICKENHAGEN, W.; KRAFT, P.; GRAU, F. Scent and chemistry: the molecular world of odors. 2. Ed. Wiley-VCH, 2022.
QNI – Química Nova Interativa. Iso E Super®, C16H26O. Sociedade Brasileira de Química. Disponível em: https://qnint.sbq.org.br/novo/index.php?hash=molecula.382. Acesso em: 12 jul. 2024.
SANTOS, M. G. Refino da terebintina sulfatada desodorizada por destilação e sua utilização na síntese do ?-terpineol. 2005. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/102501. Acesso em: 05 set. 2023
SAVICH, T. R.; GOLDBLATT, L. A. Process for producing myrcene from beta-pinene. Cl 260-677 US no 2, 507, 546, USA, 16/05/1950. Diponível em: https://patentimages.storage.googleapis.com/06/6d/e9/9a1d196f760f69/US2507546.pdf. Acesso em: 12 jul. 2024.
STOLLE, A.; ONDRUSCHKA, B.; HOPF, H. Thermal rearrangements of monoterpenes and monoterpenoids. Helvetica Chimica Acta, v. 92, n. 9, p. 1673-1719, 2009. DOI:
https://doi.org/10.1002/hlca.200900041.
STOLLE, A.; BONRATH, W.; ONDRUSCHKA, B. Kinetic and mechanistic aspects of myrcene production via thermal-induced ?-pinene rearrangement. Journal of Analytical and Applied Pyrolysis, v. 83, n. 1, p. 26-36, 2008. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jaap.2008.06.001.
STOLLE, A.; ONDRUSCHKA, B.; BONRATH, W. Comprehensive kinetic and mechanistic considerations for the gas-phase behaviour of pinane-type compounds. European Journal of Organic Chemistry, v. 2007, n. 14, p. 2310-2317, 2007. DOI: https://doi.org/10.1002/ejoc.200601098.
STOLLE, A.; BRAUNS, C.; NÜCHTER, M.; ONDRUSCHKA, B.; BONRATH, W.; FINDEISEN, M. Thermal behaviour of selected C10H16 monoterpenes. European Journal of Organic Chemistry, v. 2006, n. 15, p. 3317-3325, 2006. DOI: https://doi.org/10.1002/ejoc.200600022.
SCHEER, A. P., ALMEIDA, N. H.; WIEDMER, C. A.; KOLICHESKI, M. B. Projeto de forno de pirólise do beta-pineno para obtenção de mirceno. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA QUÍMICA (COBEQ 2002), 15., 2012, Natal. Anais [...]. Natal: ABEQ, 2002.
STRUGO, M. C. A. Estudo da cinética da reação de isomerização catalítica do ?-pineno em fase vapor. Dissertação (Mestrado em Engenharia) –Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2003. Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/xmlui/handle/1884/88470. Acesso em: 12 jul. 2024.
SWIFT, K. A. D. Catalytic transformations of the major terpene feedstocks. Topics in Catalysis, v. 27, p. 143-155, 2004. DOI: https://doi.org/10.1023/B:TOCA.0000013549.60930.da.
ZHENG, H.; CHEN, J.; LI, C.; CHEN, J.; WANG, Y.; ZHAO, S.; ZENG, Y. Mechanism and kinetics of the pyrolysis of ?-pinene to myrcene. Journal of Analytical and Applied Pyrolysis, v. 123, p. 99-106, 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jaap.2016.12.020.
WANG, X; WANG, J; ZHANG, X; ZHANG, J.; ZHOU, Y; WANG, F; LI, X. Efficient myrcene production using linalool dehydratase isomerase and rational biochemical process in Escherichia coli. Journal of Biotechnology. v. 371-372. p. 33-40, 2023. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jbiotec.2023.05.008.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Principia - Divulgação Científica e Tecnológica do IFPB
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Esta revista, seguindo as recomendações do movimento de Acesso Aberto, proporciona seu conteúdo em Full Open Access. Assim os autores conservam todos seus direitos permitindo que a Revista Principia possa publicar seus artigos e disponibilizar pra toda a comunidade.
A Revista Principia adota a licença Creative Commons 4.0 do tipo atribuição (CC-BY). Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, inclusive para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original.
Os autores estão autorizados a enviar a versão do artigo publicado nesta revista em repositório institucionais, com reconhecimento de autoria e publicação inicial na Revista Principia.
Demais informações sobre a Política de Direitos Autorais da Revista Principia encontram-se neste link.