O coeficiente de majoração dos esforços globais finais, 𝜸𝒛: origem, evolução e tendências

José Marcílio Filgueiras Cruz

ORCID iD Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Brasil

Lucas Cavalcanti Cruz

ORCID iD Instituto Federal da Paraíba (IFPB) Brasil

Jean Flávio da Silva Souza

ORCID iD Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Brasil

Yussef Harun Tannuss

ORCID iD Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Brasil

Resumo

Hoje, mais que nunca, a engenharia tem respondido as necessidades do homem moderno e possibilitado a construção de edifícios cada vez mais altos com estruturas tão econômicas quanto possível. Estes edifícios são projetados, via de regra, com muita altura nominal e/ou com grande esbeltez geométrica, tornando-os sensíveis aos efeitos das ações horizontais e sua produção de efeitos de segunda ordem de magnitude relevante para a estabilidade e capacidade resistiva da estrutura. Este fato confere, por si só, continuada importância ao estudo da instabilidade global, que já conta com dois parâmetros oficiais: o parâmetro de instabilidade e o coeficiente , desenvolvido no Brasil. O segundo deles, referido pela NBR 6118 de 2023 como Coeficiente Gama Z de avaliação da importância dos esforços de segunda ordem globais e a sua relação com o parâmetro alfa, numérica e conceitual, são os objetivos deste trabalho. Por esta razão, um levantamento detalhado da origem, da evolução e das tendências desse coeficiente é efetuado, destacando concordâncias e faltas de consenso, entre diversos autores e diferentes edições da NBR 6118, acerca de limites e hipóteses simplificadoras consideradas para o cálculo. Também é realizada, neste trabalho, uma reformulação das equações convencionais que relacionam  e , considerando não a redução global de 70% da rigidez, mas sim as reduções mais específicas preconizadas na norma atual. Isto é feito de modo que se possa compreender, de forma mais clara, as potencialidades e as suas limitações, criando condições de torná-lo mais confiável e mais simples de ser calculado.

Palavras-chave


análise estrutural; estabilidade de edifícios; gama z; instabilidade global; parâmetro alfa


Texto completo:

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DOI: http://dx.doi.org/10.18265/2447-9187a2022id7959

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