Elementos discursivos e estéticos em textos de divulgação científica

Silvania Silva de Oliveira

ORCID iD Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Brasil

Thiago Araújo da Silveira

ORCID iD Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Brasil

Monica Lopes Folena Araújo

ORCID iD Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Brasil

Resumo

Os Textos de Divulgação Científica (TDC) são partes integrantes da divulgação científica (DC), cujas releituras e reescritas estão direcionadas a um público-alvo não especialista. À vista disso, o discurso jornalístico, presente em revistas de DC, é o grande responsável pelo estabelecimento de uma aproximação com o público leitor. A partir disso, este artigo objetivou analisar os elementos discursivos e estéticos dos TDC da revista Superinteressante, na seção Oráculo, em todas as edições compreendidas entre janeiro e dezembro de 2021. O “Oráculo” é um personagem responsável por responder perguntas realizadas por leitores que buscam, por meio de uma curiosidade genuína, compreender fenômenos naturais mediante um contato direto com os editores da revista. Foram obtidos um total de 69 textos da subseção ciência, na qual foram desconsideradas duas perguntas que não se enquadram dentro do objetivo da pesquisa e acrescentadas, complementarmente, a subseção ciência e história pelo caráter interdisciplinar proposto pela revista. A abordagem adotada identificou, em primeiro plano, questões relativas ao apelo inicial à leitura e recursos à atratividade, em seguida, foram evidenciados componentes relacionados à recuperação de conhecimentos tácitos, busca de credibilidade e área de conhecimento. Como forma de tratamento dos dados, realizou-se a Análise de Conteúdo, na qual foram estabelecidas categorias teóricas, que emergiram do referencial teórico utilizado pela pesquisa, e categorias empíricas, que surgiram dos próprios dados após uma leitura minuciosa do material, permitindo uma análise mais coerente dos textos pesquisados. Mostra-se, por fim, a contribuição da seção Oráculo enquanto fonte de informação pautada no interesse genuíno de leitores por meio de seus questionamentos e no relacionamento direto com os autores da revista, fomentando um crescente interesse das pessoas pela ciência. 

Palavras-chave


análise de conteúdo; oráculo; revista Superinteressante; textos de divulgação científica.


Texto completo:

Referências


ALFERES, S. C.; AUGUSTINI, C. I. H. A escrita da divulgação científica. Horizonte Científico, Uberlândia, v. 2, n. 1, p. 1-23, 2008. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/horizontecientifico/article/view/4134/3081. Acesso em: 17 set. 2022.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2016.

BICUDO, I. Os elementos: Euclides. São Paulo: UNESP, 2009.

BUENO, W. C. Comunicação cientifica e divulgação científica: aproximações e rupturas conceituais. Informação & Informação, Londrina, v. 15, n. 1 esp, p. 1-12, 2010. DOI: https://doi.org/10.5433/1981-8920.2010v15n1espp1.

CHAGAS, C.; MASSARANI, L. Manual de sobrevivência para divulgar a ciência e saúde. São Paulo: SciELO – FIOCRUZ, 2020.

CUNHA, M. B. A percepção de ciência e tecnologia por estudantes de ensino médio e a divulgação científica. 2009. 364 f. Tese (Doutorado em Ensino de Ciências e Matemática) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009. DOI: https://dx.doi.org/10.11606/T.48.2010.tde-02032010-091909.

FARIAS, R. Um adulto de 30 cm teria a voz mais aguda ou soaria normal? Depoimento. [11 de janeiro, 2021]. São Paulo: Revista Superinteressante. Entrevista concedida a Bruno Vaiano.

LUZ, F. B.; KRIGER, L. A. Tratamento cirúrgico da bromidrose axilar. Surgical & Cosmetic Dermatology, Rio de Janeiro, v. 12, n. 4, p. 307-315, 2020. Disponível em: https://www.redalyc.org/journal/2655/265568335001/html. Acesso em 30 nov. 2022.

MANSUR, V.; GUIMARÃES, C.; CARVALHO, M. S.; LIMA, L. D.; COELI, C. M. Da publicação acadêmica à divulgação científica. Cadernos de Saúde Pública, v. 37, n. 7, e00140821, 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311X00140821.

MICELI, B.; ROCHA, M. B. Análise de textos de divulgação científica sobre genética inseridos em livros didáticos de biologia. Alexandria: Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, Florianópolis, v. 12, n. 2, p. 121-138, 2019. DOI: http://dx.doi.org/10.5007/1982-5153.2019v12n2p121.

MINAYO, M. C. S. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2016.

MOREIRA, I. C.; MASSARANI, L. Aspectos históricos da divulgação científica no Brasil. In: MASSARANI, L.; MOREIRA, I. C.; BRITO, F. (Org.). Ciência e público: caminhos da divulgação científica no Brasil. Rio de Janeiro: Casa da Ciência – Centro Cultural de Ciência e Tecnologia da UFRJ, 2002, p. 44-64.

O MERCADO quer saber: do you speak english? Dominar mais de uma língua estrangeira é fundamental para fazer negócios e ter as melhores oportunidades de trabalho. Correio*, 2021. Disponível em: https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/o-mercado-quer-saber-do-you-speak-english. Acesso em: 18 jun. 2022.

RIBEIRO, L. Como sonham os cegos de nascença? depoimento. [17 de novembro, 2021]. São Paulo: Revista Superinteressante. Entrevista concedida a Carolina Fioratti.

ROCHA, M. B.; VARGAS, M. Estudo da linguagem de textos de divulgação científica. In: ATAS DO X ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, 10., 2015, Águas de Lindóia. Anais eletrônicos [...]. São Paulo: ABRAPEC, 2015.

TARGINO, M. G. Divulgação científica e discurso. Comunicação & Inovação, São Caetano do Sul, v. 8, n. 15, p. 19-28, 2007. Disponível em: https://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_comunicacao_inovacao/article/view/678. Acesso em: 30 nov. 2022.

VERSIGNASSI, A. SUPER – 400 edições. Superinteressante, São Paulo, 2019, 26 fev. 2019. Disponível em: https://super.abril.com.br/coluna/alexandre-versignassi/super-400-edicoes. Acesso em: 13 jun. 2022.

VIEIRA, C. L. Pequeno manual de divulgação científica: dicas para cientistas e divulgadores da Ciência. 3. ed. Rio de Janeiro: Instituto Ciência Hoje, 2006.

ZAMBONI, L. M. S. Cientistas, jornalistas e a divulgação científica: subjetividade e heterogeneidade no discurso da divulgação científica. Campinas: Autores Associados, 2001.

ZAMBONI, L.M.S. Heterogeneidade e subjetividade no discurso da divulgação científica. 1997. Tese (Doutorado em Linguística) – Instituto de Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1997. Disponível em: http://www.fiocruz.br/brasiliana/media/ZamboniLilianMarciaSimoesTese.pdf. Acesso em: 16 set. 2022.

ZANVETTOR, K.; CALDAS, G. Divulgação científica e interdisciplinaridade. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 39., 2016. São Paulo. Anais eletrônicos [...] São Paulo: Intercom– Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2016. Disponível em: https://portalintercom.org.br/anais/nacional2016/resumos/R11-1099-1.pdf. Acesso em: 21 jun. 2022.


DOI: http://dx.doi.org/10.18265/1517-0306a2022id7281

O arquivo PDF selecionado deve ser carregado no navegador caso tenha instalado um plugin de leitura de arquivos PDF (por exemplo, uma versão atual do Adobe Acrobat Reader).

Como alternativa, pode-se baixar o arquivo PDF para o computador, de onde poderá abrí-lo com o leitor PDF de sua preferência. Para baixar o PDF, clique no link abaixo.

Caso deseje mais informações sobre como imprimir, salvar e trabalhar com PDFs, a Highwire Press oferece uma página de Perguntas Frequentes sobre PDFs bastante útil.

Visitas a este artigo: 553

Total de downloads do artigo: 322