Avaliação da percepção sobre a esporotricose como um problema de saúde pública pelos profissionais do NASF em Vitória de Santo Antão – PE

Amanda Gabriela da Silva

Centro Universitário Maurício de Nassau (UNINASSAU) Brasil

Luciana Cavalcanti de Arruda Coutinho

Centro Universitário Maurício de Nassau (UNINASSAU) Brasil

Resumo

A esporotricose é causada pelos fungos dimórficos do complexo Sporothrix. Atualmente se apresenta como um problema de saúde pública, principalmente considerando a falta de conhecimento sobre a patologia, o que acarreta atraso no diagnóstico. Dentro da perspectiva de promoção da saúde, o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) constitui-se como peça-chave no desenvolvimento de ações que podem promover educação, prevenção e auxílio terapêutico à população. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a percepção do profissional do NASF acerca da esporotricose e sobre a importância da capacitação da equipe envolvida nesse problema de saúde pública no município de Vitória de Santo Antão - PE, no período de agosto a outubro de 2018. A pesquisa foi desenvolvida em três momentos que correspondem à aplicação de um questionário virtual,  ao desenvolvimento de ação de educação em saúde na forma de treinamento e à aplicação de um questionário presencial. Foi observado que 16 participantes (51,6%) não tinham conhecimento sobre a esporotricose. Posteriormente, foi realizada uma intervenção e aplicado outro questionário, a partir do qual se observou que 17 entrevistados (89,5%) afirmaram que grande parte do conteúdo abordado tinha aplicação nas ações da sua vida profissional. As informações advindas das avaliações permitiram identificar que os participantes da pesquisa não estavam familiarizados com a doença. No entanto, o aperfeiçoamento profissional por educação permanente em saúde é capaz de contribuir para o melhoramento do serviço prestado.

Palavras-chave


Zoonose; Micoses; Sporothrix; Saúde coletiva; Atenção primária à saúde


Texto completo:

Referências


BARROS, M. B. et al. Cat-transmitted sporotrichosis epidemic in Rio de Janeiro, Brazil: description of a series of cases. Clinical Infectious Diseases, v. 38, n. 4, p. 529-535, 2004. DOI: 10.1086/381200. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/14765346/. Acesso em: 16 de mar. de 2018.

BARROS, M. B. L. et al. A. Esporotricose: a evolução e os desafios de uma epidemia. Revista Panamerica de Salud Pública, v. 27, n. 6, p. 455-460, 2010. Disponível em: https://scielosp.org/article/rpsp/2010.v27n6/455-460/#. Acesso em: 11 de fev. 2018.

BORGES, T. S. et al. Isolation of Sporothrix schenckii From the Claws of Domestic Cats (Indoor and Outdoor) and in Captivity in São Paulo (Brazil). Mycopathologia, v. 176, n. 1– 2, p. 129–137, 2013. DOI: 10.1007/s11046-013-9658-8. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23729233/. Acesso em: 30 de mar. 2018.

BRANDOLT, T. M. et al. Human sporotrichosis: A zoonotic outbreak in Southern Brazil, 2012–2017. Medical Mycology, v. 57, n. 5, p. 527–533, 2018. DOI: 10.1093/mmy/myy082. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30265327/. Acesso em: 16 de fev. 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 22 out. 2011. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/ 2011/prt2488_21_10_2011.html. Acesso em: 17 maio 2018.

BRASIL. Secretária Estadual de Saúde. Poder Executivo. Diário Oficial do Estado de Pernambuco. Portaria SES N° 390, de 14 de setembro de 2016. Acrescenta doenças, agravos e eventos estaduais à Lista de Nacional de Doença de Notificação Compulsória e dá outras providências. Diário Oficial do Estado de Pernambuco. Recife, PE, 15 set. 2016 Disponível em: https://12ad4c92-89c7-4218-9e11- 0ee136fa4b92.filesusr.com/ugd/3293a8_02b375ede52442ee92b773465b284a0a.pdf. Acesso em: 20 abril 2018.

CARDOSO, R.; TORRES LIMA, F.; TEIXEIRA, D. A. M. Esporotricose Cutânea: A Propósito de um Caso Clínico. Millenium, v. 48, p. 211-215, 2015. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/millenium/article/view/8103. Acesso em: 15 de mai. 2018.

CARRADA-BRAVO, T.; OLVERA-MACÍAS, M. I. New observations on the ecology and epidemiology of Sporothrix schenckii and sporotrichosis. Revista Mexicana de Patología Clínica y Medicina de Laboratorio, v. 60. n. 1, p. 524, 2013. Disponível em: https://www.medigraphic.com/pdfs/patol/pt-2013/pt131b.pdf. Acesso em: 28 de mar. 2018.

CDC – CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Epidemiologic notes and reports multistate outbreak of sporotrichosis in seedling handlers. MMWR Morb Mortal Wkly Rep, v. 37, n. 42, p. 652- 653, 1988. Disponível em: https://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/00001295.htm. Acesso em 5 de maio 2018.

CHAGAS, M. M. et al. Desafios no diagnóstico da esporotricose zoonótica: um relato de caso. In: JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO, n. 16, 2016, Recife. Resumo simples. Recife: Adaltech; 2016. p. 301. Disponível em: http://www.eventosufrpe.com.br/2016/anais/. Acesso em: 20 de ago. 2018.

CLEBAK, K. T.; MALONE, M. A. Skin Infections. Primary Care, v. 45, n. 3, p. 433 454, 2018. DOI: 10.1016/j.pop.2018.05.004. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30115333/. Acesso em: 16 de fev. 2018.

CONCEIÇÃO-SILVA, F.; MORGADO, F. N. Immunopathogenesis of human sporotrichosis: What we already know. Journal of Fungi, v, 4, n. 3, p.89-89, 2018. DOI: 10.3390/jof4030089. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6162489/. Acesso em 5 de nov. 2018.

COOPER, C. R. et al. Laboratory-acquired sporotrichosis. Journal of Medical and Veterinary Mycology, v. 30, n. 2, p. 169-171, 1992. DOI: 10.1080/02681219280000221. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/1588467/. Acesso em: 25 de jun. 2018.

FALCÃO, E. M. M. et al. Zoonotic sporotrichosis with greater severity in Rio de Janeiro, Brazil: 118 hospitalizations and 11 deaths in the last 2 decades in a reference institution. Medical Mycology, v. 0, n. 0, p, 1- 3, 2019. DOI: 10.1093/mmy/myz024. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/40438. Acesso em: 25 de mai. 2018.

FERNANDES, G. F. et al. Characterization of virulence profile, protein secretion and immunogenicity of different Sporothrix schenckii sensu stricto isolates compared with S. globosa and S. brasiliensis species. Virulence, v. 4, n. 3, p. 241–249, 2013. DOI: 10.4161/viru.23112. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23324498/. Acesso em: 13 de mar. 2018.

GOMES, T. M.; SOARES DE MOURA, A. T. M.; CAVALCANTI DE AGUIAR, A. C. Dermatologia na atenção primária: um desafio para a formação e prática médica. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 36, n. 1, p. 125-128, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbem/a/CS5j66FXw5WtfBqgQ4MbdFD/abstract/?lang=pt. Acesso em: 8 de ago. 2018.

GREMIÃO, I. D. F et al. Zoonotic Epidemic of Sporotrichosis: Cat to Human Transmission. PLOS Pathogens, v. 13, n. 1, 2017. DOI:10.1371/journal.ppat.1006077. Disponível em: https://journals.plos.org/plospathogens/article?id=10.1371/journal.ppat.1006077. Acesso em: 26 de jun. 2018.

HEKTOEN, L.; PERKINS, C. F. Refractory subcutaneous abscesses caused by Sporothrix schenckii. A new pathogenic fungus. The Journal of Experimental Medicine, v. 5, n. 1, p. 77-89, 1900. DOI: 10.1084/jem.5.1.77. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2117997/. Acesso em: 28 de ago. 2018.

JUNGES, M.; JUNGES, F. A importância do médico veterinário no Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Anais da 8a Mostra de Produção Científica da Pós-Graduação Lato Sensu da PUC Goiás, 2013. Disponível em: http://www.cpgls.pucgoias.edu.br/8mostra/Artigos/SAUDE. Acesso em: 25 de ago. 2018.

MACEDO, T. S.; FRANZINI, C.; SCHERMA, M. R. Percepção da população sobre zoonoses e seu controle na área urbana em diversos municípios do eixo Campinas- Ribeirão Preto. Acta Veterinaria Brasilica, v. 10, n. 2, p. 116–122, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufersa.edu.br/index.php/acta/article/view/5505. Acesso em: 16 de mar. 2018.

MADRIH, H. et al. Sporothrix globosa, a pathogenic fungus with widespread geographical distribution. Revista Iberoamericana de Micología, v. 26, n. 3, p. 218–222, 2009. Disponível em: http://www.reviberoammicol.com/2009-26/218222.pdf. Acesso em: 28 de mai. 2018.

MADRID, I. M. et al. Feline sporotrichosis in the southern region of Rio Grande Do Sul, Brazil: Clinical, zoonotic and therapeutic aspects. Zoonoses and Public Health, v. 57, n. 2, p. 151–154, 2010. DOI: 10.1111/j.1863-2378.2008.01227.x. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19538450/. Acesso em: 14 de mai. 2018.

MARTINS, A. C. C. et al. Percepção do risco de transmissão de zoonoses em um Centro de referência. RECIIS: Revista Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde, v. 9, n. 3, p. 1-12, 2015. Disponível em: https://www.reciis.icict.fiocruz.br/index.php/reciis/article/view/985. Acesso em: 28 de maio 2018.

RAMÍREZ-SOTO, M. C. et al. Ecological determinants of sporotrichosis etiological agents. Journal of Fungi, v. 4, n. 3, 2018. https://doi.org/10.3390/jof4030095. Disponível em: https://www.mdpi.com/2309-608X/4/3/95/xml. Acesso em: 14 de ago. 2018.

RODRIGUES, A. M. et al. Phylogenetic Analysis Reveals a High Prevalence of Sporothrix brasiliensis in Feline Sporotrichosis Outbreaks. PLoS Neglected Tropical Diseases, v. 7, n. 6, 2013. https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0002281. Disponível em: https://journals.plos.org/plosntds/article?id=10.1371/journal.pntd.0002281. Acesso em: 24 de jul. 2018.

SANTOS, C. S. et al. Social representations of health professionals on negligenced diseases. Escola Anna Nery - Revista de Enfermagem, v. 21, n. 1, 2017. DOI: 10.5935/1414-8145.20170016 Disponível em: https://www.scielo.br/j/ean/a/LkSxbSSmzj6kn3dq4Y7gSwD/abstract/?lang=pt. Acesso em: ago. 2018.

SEVS - SECRETÁRIA EXECUTIVA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE. Boletim Esporotricose Humana. Recife: Secretária Estadual do Estado de Pernambuco, 2018. Disponível em: https://www.cievspe.com/informacoes-estrategicas. Acesso em: 4 de jun. 2018.

SILVA E PIRES, R.; PETER, J. R.; ANDRADE, F. C. A esporotricose e seu impacto social. VITTALLE - Revista de Ciências da Saúde, v. 28, p. 110-113, 2016. Disponível em: https://periodicos.furg.br/vittalle/article/view/6215. Acesso em: 24 de ago. 2018.

SILVA, A. G.; SANTOS, N. I.; COUTINHO, L. C. A. Perfil dos casos de esporotricosezoonótica no Estado de Pernambuco. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA TROPICAL, 54º, 2018, Olinda. Resumo simples. Recife: Adaltech; 2018. p. 1491-1492. Disponível em: http://www.adaltech.com.br/anais/medtrop2018/. Acesso em: 28 de nov. 2018.

SILVA, G. A.; OLIVEIRA, C. M. G. O registro das doenças de notificação compulsória: a participação dos profissionais da saúde e da comunidade. Revistat de Epidemiologia e Controle de Infecção, v. 4, n. 3, p. 215-220, 2014. DOI: 10.17058/reci.v4i3.4578. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/284783353. Acesso em: 7 de set. 2018.

SILVA, A. R. et al. O papel do biomédico na saúde pública. Revista Interfaces, v. 2, n. 4, p. 1- 4, 2014. Disponível em: https://interfaces.leaosampaio.edu.br/index.php/revista-interfaces/article/view/57. Acesso em: 20 de ago. 2018.

SILVA, F. M. V. Conhecimentos e percepção sobre esporotricose em região endêmica: Pelotas, RS, Brasil. 2014. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2014. Disponível em: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/123456789/2512. Acesso em: ago. 2021.

SILVA, L. A. A. et al. Avaliação da educação permanente no processo de trabalho em saúde. Trabalho, Educação e Saúde, v. 14, n. 3, p. 765–781, 2016. https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00015 . Disponível em: https://www.scielo.br/j/tes/a/Lt5tHnB9CCDZCkP6hgxYCnS/abstract/?lang=pt. Acesso em: ago. 2018.

SILVA, M. B. T. D. et al. Esporotricose urbana: epidemia negligenciada no Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, v. 28, p. 1867-1880, 2012. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2012001000006. Disponível em: Acesso em: maio 2018.

SONG, Y. et al. Report of 457 sporotrichosis cases from Jilin province, northeast China, a serious endemic region. Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology, v. 27, n. 3, p. 313–318, mar. 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/tBDjHq5kPXNH4kdzqJwGTcw/?lang=pt. Acesso em: ago. 2021.

TAVARES, S. M. B. Distribuição sócioespacial da esporotricose humana de pacientes atendidos no Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas no período de 1997 a 2007, residentes no estado do Rio de Janeiro. 2010. Dissertação (Mestrado). Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/2311. Acesso em: ago. 2021.


DOI: http://dx.doi.org/10.18265/1517-0306a2021id3990

O arquivo PDF selecionado deve ser carregado no navegador caso tenha instalado um plugin de leitura de arquivos PDF (por exemplo, uma versão atual do Adobe Acrobat Reader).

Como alternativa, pode-se baixar o arquivo PDF para o computador, de onde poderá abrí-lo com o leitor PDF de sua preferência. Para baixar o PDF, clique no link abaixo.

Caso deseje mais informações sobre como imprimir, salvar e trabalhar com PDFs, a Highwire Press oferece uma página de Perguntas Frequentes sobre PDFs bastante útil.

Visitas a este artigo: 1198

Total de downloads do artigo: 635