Produção e qualidade de mudas de Anadenanthera peregrina var. falcata (Benth.) Altschul sob substratos e bioestimulador

Orivaldo Benedito da Silva

ORCID iD Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) Brasil

Ademir Goelzer

ORCID iD Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) Brasil

Thiago de Oliveira Carnevali

ORCID iD Universidade Federal do Pará (UFPA) Brasil

Fernando Henrique Moreira dos Santos

ORCID iD Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) Brasil

Néstor Antonio Heredia Zárate

ORCID iD Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) Brasil

Maria do Carmo Vieira

ORCID iD Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) Brasil

Resumo

Objetivou-se, com este trabalho, avaliar os atributos químicos do substrato, a emergência, a sobrevivência e a qualidade de mudas de Anadenanthera peregrina var. falcata (Benth.) Altschul (angico-do-cerrado) em diferentes substratos e com e sem bioestimulador da microbiota do solo. Foram avaliados três tipos de substratos – solo do Cerrado (sentido restrito), substrato comercial Tropstrato® e solo de mata nativa (Cerradão) – com ou sem aplicação de bioestimulador, arranjados em esquema fatorial 3 x 2, em blocos casualizados, com quatro repetições. Houve baixa emergência de plântulas (38,05%), porém, a maior sobrevivência ocorreu com aplicação do bioestimulador (81,01%) e uso do substrato comercial (87,61%). A maior altura (8,60 cm), o maior número de folhas (13,00/planta), o maior diâmetro do caule (1,86 mm) e a maior área foliar (43,44 cm2/planta) das plântulas, bem como as maiores massas secas, ocorreram no solo de mata nativa; as massas secas também foram favorecidas pela aplicação do bioestimulador. Conclui-se que o substrato oriundo de mata nativa e a aplicação de bioestimulador proporcionam maior crescimento e qualidade de mudas de angico-do-cerrado.

Palavras-chave


Angico-do-cerrado; Espécies nativas; Crescimento inicial


Texto completo:

Referências


ALVARES, C. A. et al. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013. DOI: https://doi.org/10.1127/0941-2948/2013/0507.

ATHAYDE, E. A.; MORELLATO, L. P. C. Anthropogenic edges, isolation and the flowering time and fruit set of Anadenanthera peregrina, a cerrado savanna tree. International Journal of Biometeorology, v. 58, n. 4, p. 443-454, 2014. DOI: https://doi.org/10.1007/s00484-013-0727-y.

BENINCASA, M. M. P. Análise de crescimento de plantas (noções básicas). 2. ed. Jaboticabal: FUNEP, 2003. 41 p.

BRANCALION, P. H. S.; NOVEMBRE, A. D. L. C.; RODRIGUES, R. R. Temperatura ótima de germinação de sementes de espécies arbóreas brasileiras. Revista Brasileira de Sementes, v. 32, n. 4, p. 15-21, 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-31222010000400002.

BRITO, O. R.; DEQUECH, F. K.; BRITO, R. M. Use of penergetic products P and K in the snap bean production. Annual Report of the Bean Improvement Cooperative, v. 55, p. 279-280, 2012. Disponível em: http://arsftfbean.uprm.edu/bic/wp-content/uploads/2018/05/BIC_2012_Annual_Report.pdf. Acesso em: 3 abr. 2019.

CAMPOS, E. H. et al. Acúmulo de serrapilheira em fragmentos de mata mesofítica e cerrado stricto senso em Uberlândia-MG. Sociedade & Natureza, v. 20, n. 1, p. 189-203, 2008. DOI: https://doi.org/10.1590/S1982-45132008000100013.

COBUCCI, T.; NASCENTE, A. S.; LIMA, D. P. Adubação fosfatada e aplicação de Penergetic na produtividade do feijoeiro comum. Revista Agrarian, v. 8, n. 30, p. 358-368, 2015. Disponível em: http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/agrarian/article/view/2996/2695. Acesso em: 13 jun. 2019.

COSTA, S.; ZOCCHE, J. J. Fertilidade de solos construídos em áreas de mineração de carvão na região sul de Santa Catarina. Revista Árvore, v. 33, n. 4, p. 665-674, 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-67622009000400009.

DARONCO, C.; MELO, A. C. G.; DURIGAN, G. Ecossistema em restauração versus ecossistema de referência: estudo de caso da comunidade vegetal de mata ciliar em região de Cerrado, Assis, SP, Brasil. Hoehnea, v. 40, n. 3, p. 485-498, 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S2236-89062013000300008.

DICKSON, A.; LEAF, A. L.; HOSNER, J. F. Quality appraisal of white spruce and white pine seedling stock in nurseries. The Forestry Chronicle, v. 36, n. 1, p. 10-13, 1960. DOI: https://doi.org/10.5558/tfc36010-1.

DURIGAN, G. et al. The vegetation of priority areas for Cerrado conservation in São Paulo state, Brazil. Edinburgh Journal of Botany, v. 60, n. 2, p. 217-241, 2003. DOI: https://doi.org/10.1017/S0960428603000155.

DUTRA, T. R. et al. Emergência e crescimento inicial da canafístula em diferentes substratos e métodos de superação de dormência. Revista Caatinga, v. 25, n. 2, p. 65-71, 2012. Disponível em: https://periodicos.ufersa.edu.br/index.php/caatinga/article/view/2243. Acesso em: 3 jun. 2019.

FREITAS, L. et al. Análises multivariadas de atributos químicos do solo para caracterização de ambientes. Revista Agro@mbiente On-line, v. 8, n. 2, p. 155-164, 2014. DOI: http://dx.doi.org/10.18227/1982-8470ragro.v8i2.1684.

GOMES, A. A. et al. Avaliação do impacto da fragmentação de florestas nativas sobre a mesofauna edáfica na região de Dourados-MS. Ciência e Agrotecnologia, v. 31, n. 3, p. 612-618, 2007. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-70542007000300003.

JAKELAITIS, A. et al. Qualidade da camada superficial de solo sob mata, pastagens e áreas cultivadas. Pesquisa Agropecuária Tropical, v. 38, n. 2, p. 118-127, 2008. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/pat/article/view/4171. Acesso em: 12 jun. 2019.

LABOURIAU, L. G.; VALADARES, M. E. B. On the germination of seeds of Calotropis procera (Ait.) Ait.f. Anais da Academia Brasileira de Ciências, v. 48, n. 1, p. 174-186, 1976. Disponível em: https://agris.fao.org/agris-search/search.do?recordID=US201302968715. Acesso em: 15 fev. 2019.

LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 3. ed. Nova Odessa: Plantarum, 2000. 173 p.

MACHADO, D. L. et al. Ciclagem de nutrientes em diferentes estágios sucessionais da Mata Atlântica na bacia do rio Paraíba do Sul, RJ. Bioscience Journal, v. 31, n. 4, p. 1222-1237, 2015. DOI: https://doi.org/10.14393/BJ-v31n1a2015-23092.

MACIEL, C. G. et al. Detecção, transmissão e patogenicidade de fungos em sementes de angico-vermelho (Parapiptadenia rigida). Summa Phytopathologica, v. 38, n. 4, p. 323-328, 2012. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-54052012000400009.

MAGUIRE, J. D. Speed of germination-aid in selection and evaluation for seedling emergence and vigor. Crop Science, v. 2, n. 1, p. 176-177, 1962. DOI: https://doi.org/10.2135/cropsci1962.0011183X000200020033x.

MOTA, L. H. S.; SCALON, S. P. Q.; MUSSURY, R. M. Efeito do condicionamento osmótico e sombreamento na germinação e no crescimento inicial das mudas de angico (Anadenanthera falcata Benth. Speg.). Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 15, n. 4, p. 655-663, 2013. DOI: https://doi.org/10.1590/S1516-05722013000500005.

NÓBREGA, R. S. A. et al. Parâmetros morfológicos de mudas de Sesbania virgata (Caz.) Pers e de Anadenanthera peregrina (L.) cultivadas em substrato fertilizado com composto de lixo urbano. Revista Árvore, v. 32, n. 3, p. 597-607, 2008. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-67622008000300020.

NOGUEIRA, A. C.; MEDEIROS, A. C. S. Coleta de sementes florestais nativas. Circular Técnica Embrapa Florestas, v. 144, 2007. 11 p.

OLIVEIRA, K. S.; OLIVEIRA, K. S.; ALOUFA, M. A. I. Influência de substratos na germinação de sementes de Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan em condições de casa de vegetação. Revista Árvore, v. 36, n. 6, p. 1073-1078, 2012. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-67622012000600008.

RAIJ, B. V. Fertilidade do solo e manejo de nutrientes. Piracicaba: International Plant Nutrition Institute, 2011. 420 p.

RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. As principais fitofisionomias do Bioma Cerrado. In: SANO, S. M.; ALMEIDA, S. P.; RIBEIRO, J. F. (eds.). Cerrado: ecologia e flora. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2008. p. 151-212.

SANTOS, H. G. et al. Sistema brasileiro de classificação de solos. 3. ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2013. 306 p.

SANTOS, J. Z. L. et al. Crescimento, acúmulo de fósforo e frações fosfatadas em mudas de sete espécies arbóreas nativas. Revista Árvore, v. 32, n. 5, p. 799-809, 2008. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-67622008000500003.

SILVA, F. C. (ed.). Manual de análises químicas do solo, plantas e fertilizantes. 2. ed. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2009. 627 p.

SIMON, M. F. et al. Recent assembly of the Cerrado, a neotropical plant diversity hotspot, by in situ evolution of adaptations to fire. Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 106, n. 48, p. 20359-20364, 2009. DOI: https://doi.org/10.1073/pnas.0903410106.

SOUZA, A. A.; ALMEIDA, F. Z.; ALBERTON, O. Growth and yield of soybean with Penergetic application. Revista Scientia Agraria, v. 18, n. 4, p. 95-98, 2017. DOI: https://doi.org/10.5380/rsa.v18i4.52886.

SOUZA, C. A. S. et al. Exigências nutricionais e crescimento de plantas de mogno (Swietenia macrophylla King.). Acta Amazonica, v. 40, n. 3, p. 515-522, 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S0044-59672010000300010.

SOUZA, L. F. et al. Plantas medicinais referenciadas por raizeiros no município de Jataí, estado de Goiás. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 18, n. 2, p. 451-461, 2016. DOI: https://doi.org/10.1590/1983-084X/15_173.

TUCCI, C. A. F.; LIMA, H. N.; LESSA, J. F. Adubação nitrogenada na produção de mudas de mogno (Swietenia macrophylla King). Acta Amazonica, v. 39, n. 2, p. 289-294, 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S0044-59672009000200007.

VIERA, M.; SCHUMACHER, M. V.; BONACINA, D. M. Biomassa e nutrientes removidos no primeiro desbaste de um povoamento de Pinus taeda L. em Cambará do Sul, RS. Revista Árvore, v. 35, n. 3, p. 371-379, 2011. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-67622011000300001.


DOI: http://dx.doi.org/10.18265/1517-0306a2020v1n52p169-178

O arquivo PDF selecionado deve ser carregado no navegador caso tenha instalado um plugin de leitura de arquivos PDF (por exemplo, uma versão atual do Adobe Acrobat Reader).

Como alternativa, pode-se baixar o arquivo PDF para o computador, de onde poderá abrí-lo com o leitor PDF de sua preferência. Para baixar o PDF, clique no link abaixo.

Caso deseje mais informações sobre como imprimir, salvar e trabalhar com PDFs, a Highwire Press oferece uma página de Perguntas Frequentes sobre PDFs bastante útil.

Download do PDF
Imprimir artigo
Exibir metadados
Como citar este documento

Visitas a este artigo: 1271

Total de downloads do artigo: 776