Vidas secas: as percepções de Fabiano e o estado ausente
DOI:
https://doi.org/10.18265/1517-03062015v1n37p78-84Palavras-chave:
Vidas secas, Crítica literária, HistóriaResumo
Muito já se pesquisou sobre a obra de Graciliano Ramos. Vidas secas teve inúmeros estudos dedicados a sua análise. A posição da crítica sobre as personagens embrutecidas pelo meio se deslocou, indo das primeiras críticas – que tratavam da animalização de Fabiano e sua família –, vendo-os, psicologicamente, como pouco complexos; até uma outra vertente que propôs uma reinterpretação dos recursos estilísticos de Graciliano, por meio dos quais se pode compreender as personagens de uma outra maneira. Com este artigo, procuramos propor um segundo olhar a dois momentos distintos do romance nos quais Fabiano tem contato com o Estado por intermédio de seu confronto com o soldado amarelo, nos capítulos “Cadeia” e “O soldado amarelo”. As indagações e percepções de Fabiano, trazidas à tona pelo discurso indireto livre de Ramos, são matéria que nos permitem refletir a respeito da sua complexidade psicológica negada pelas primeiras críticas. Neste artigo, investigamos como o momento histórico interpela a narrativa, servindo como matéria prima para a constituição da personagem.
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