Uso de plantas medicinais por usuários da atenção básica de saúde no município de Tavares-PB
DOI:
https://doi.org/10.18265/1517-03062015v1n38p129-137Palavras-chave:
Plantas medicinais, Atenção básica de saúde, Medicamentos fitoterápicosResumo
Este trabalho enfocou o uso de fitoterápicos no município de Tavares-PB. Teve como objetivo verificar o uso de tratamento fitoterápico por usuários de atenção básica de saúde do município de Tavares-PB e a conformidade com as recomendações da Farmacopeia Brasileira. O trabalho teve como locus as Unidades Básicas de Saúde (UBS). Foram conduzidas 100 entrevistas semiestruturadas com usuários em atendimento, entre outubro e dezembro de 2016. Os dados foram submetidos à análise estatística não paramétrica, em nível de significância de 95%. Como resultado, 49% declararam ser portadores de doenças crônicas, sendo a hipertensão arterial (44,07%) a mais citada. A maioria (62,50%) não definiu plantas medicinais e ou medicamentos fitoterápicos, porém, (86%) responderam fazer uso. Os que afirmaram fazer uso de plantas medicinais citaram 71 nomes e, em média, cada entrevistado citou 4,49(±2,94). O nome mais citado foi “cidreira” (13,83%). 42,71% afirmaram ter conhecido o uso de fitoterápicos pelas mães. Não houve diferença significativa para o uso de plantas medicinais, em função da zona municipal (?2=0,442; p=0,506), do sexo ?2=0,169; p=0,506) e da condição de saúde (?2=2,719, p=0,099). Com relação ao número de nomes de plantas com propriedades fitoterápicas citadas, não houve diferença significativa em função da zona municipal (U=679,5; p=0,2). Houve, entretanto, diferença significativa em relação ao sexo (U=786,0; p=0,033) e ao estado de saúde (U=939,5; p=0,031). Ainda, foi obtida uma correlação positiva (rss=0,308; p=0,002) entre a idade e o número de nomes de plantas citadas. Conclui-se que os usuários da atenção básica de saúde no município de Tavares-PB utilizam plantas medicinais e o conhecimento de suas propriedades tem origem materna. Usuários do sexo feminino, de mais idade e autodeclarados doentes crônicos citaram um maior número de nomes de plantas medicinais. Foram mencionadas mais ações terapêuticas das plantas medicinais citadas que as recomendações.
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