Ocorrência de plantas tóxicas para ruminantes e equídeos no Semiárido Paraibano

Larissa Raquel Carvalho Carolino

Mestranda Pelo Programa de Pós-graduação em sistemas Agroindustriais, Universidade Federal de campina Grande, Campus de Pombal Brasil

Mestranda Pelo Programa de Pós-graduação em sistemas Agroindustriais,  Universidade Federal de campina Grande, Campus de Pombal

Amélia Lizziane Leite Duarte

2Professora do Curso de Medicina Veterinária, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – Campus Sousa Brasil

Professora do Curso de Medicina Veterinária, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – Campus Sousa

Resumo

Uma planta é considerada tóxica quando é capaz de causar uma determinada doença no animal ou até mesmo sua morte quando consumida em condições naturais, ocasionando prejuízos aos produtores de forma direta e indireta. As intoxicações por plantas em ruminantes e equinos representam grande perda econômica anual por morte de animais, o que justifica um maior investimento na divulgação de medidas preventivas, além da realização de pesquisas para melhor conhecimento das intoxicações. No semiárido Paraibano, há presença de espécies conhecidas pela sua toxicidade, entretanto na microrregião de Sousa- PB não há relatos sobre as principais espécies que podem acometer os animais de produção. Foram realizadas visitas em doze propriedades de criação de ruminantes e equinos na região semiárida Paraibana, Municípios de Marizópolis, Nazarezinho, Sousa e São João do Rio do Peixe, seguido da aplicação de questionário junto aos proprietários e obtenção de informações sobre o conhecimento e reconhecimento de plantas tóxicas, casos e/ou surtos de intoxicações. As plantas tóxicas relatadas e identificadas com mais frequência entre os produtores/criadores foram: Tinguí (Amorimia septentrionalis) 92%, Pereiro (Aspidosperma pyrifolium) 83%, Jurema preta (Mimosa tenuiflora) 92%, Algaroba (Prosopis juliflora) 90%, Maniçoba (Manihot glaziovii) 90%, Salsa brava (Ipomoea asarifolia) 100% e Sorgo (Sorghum spp) 60%. Em uma das fazendas, ocorreu morte de doze ovinos, sendo os jovens mais afetados, o proprietário relatou que os animais aparentemente saudáveis amanheciam mortos (morte súbita), e que totalizavam um a dois animais mortos por dia, ocorrendo em dias alternados. Quase sempre a causa da morte era associada, pelo produtor, à picada de cobra. Foram recomendadas práticas de prevenção para evitar maiores prejuízos econômicos decorrentes destas intoxicações, como impedir o acesso dos animais às plantas, cercar a área com os animais ou com as plantas ou eliminar as plantas tóxicas da área de pastejo dos animais.

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Referências


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DOI: http://dx.doi.org/10.35512/ras.v1i2.1843

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