Resumo

INTRODUÇÃO: A população mundial canina e felina vem apresentando um constante crescimento, além disso, os tutores querem proporcionar cada vez mais melhor qualidade de vida aos seus animais. Estudos retrospectivos e o acompanhamento contínuo de como estão ocorrendo as evoluções das doenças na região de abordagem são de extrema importância para tutores e médicos veterinários, pois auxiliam ambos na conduta clínica do animal. OBJETIVOS: Objetivou-se com este trabalho traçar o perfil clínico dos pacientes atendidos no Hospital Veterinário Adílio Santos Azevedo (HV-ASA) no Instituto Federal da Paraíba (IFPB), campus Sousa, no período de setembro de 2014 a agosto de 2019, assim como estabelecer as principais afecções que os pequenos animais foram acometidos. METODOLOGIA: Para isso, foi feito levantamento de dados obtido a partir da análise física de todas as fichas clínicas do setor de clínica médica de pequenos animais (CMPA). A classificação dos pacientes ocorreu de acordo com o sexo, espécie, raça, enfermidade diagnosticada e idade. Os animais que apresentaram mais de uma enfermidade foram incluídos em dois ou mais sistemas. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados demonstram que dentro do período estudado foram realizados 2.709 atendimentos na CMPA, sendo que do total de fichas clínicas analisadas 1.527 entraram nesse estudo. Os sistemas mais acometidos foram o reprodutivo (29,14%, 438/1.503) e o tegumentar (15,23%, 229/1.503), seguido pelo locomotor (14,63%, 220/1.503), digestório (10,44%, 157/1.503), respiratório (8,05%, 121/1.503), nervoso (7,11%, 107/1.503), oftálmico (6,85%, 103/1.503), urinário (6,18%, 93/1.503) e cardíaco (2,32%, 35/1.503). O maior índice para o sistema reprodutivo se deve aos diagnósticos de piometra, tumor venéreo transmissível (TVT) e parto distócico, além da elevada procura pelos procedimentos eletivos de ováriohisterectomia e orquiectomia.  O maior número de atendimentos em relação à espécie foi de cães (67,64%, 1.033/1.527), embora também tenha tido atendimento a pacientes não-convencionais na rotina clínica como leoporinos, saguis e galináceos, além dos felinos (31,36%, 479/1.527) que também obtiveram um bom número de atendimentos. Esse dado vai de encontro às pesquisas feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2013), que indicam que a população brasileira e mundial canina é mais prevalente que a felina. Os animais sem raça definida (SRD) caninos e felinos (62,34%, 952/1.527), seguidos da raça poodle (15,78%, 241/1.527) são aqueles que detêm a maior porcentagem total de consultas. O fato dos animais SRD serem mais frequentes na procura por atendimento clínico veterinário pode estar relacionado à condição socioeconômica dos tutores, além de fatores ambientais e genéticos. Com relação ao sexo, não houve grande diferença de adesão para machos (46,10%, 704/1.527) e fêmeas (53,89%, 823/1.527). Houve maior prevalência de atendimentos a animais jovens com até quatro anos (65,68%, 1.003/1.527), seguidos dos animais adultos com cinco a oito anos (14,73%, 225/1.527). CONCLUSAO: O estudo retrospectivo de casos constitui importante meio para conscientização das principais enfermidades ocorrentes em determinado período, o que muitas vezes ajudará a criar outros cursos epidemiológicos das doenças. Ainda auxilia na prevenção e controle das enfermidades contribuindo com o planejamento de ações que visem minimizar tais patologias.