LEVANTAMENTO ETNOBOTÂNICO DE PLANTAS MEDICINAIS COMERCIALIZADAS NA FEIRA LIVRE DA CIDADE DE PRINCESA ISABEL-PB
DOI:
https://doi.org/10.35512/ras.v5i1.5125Abstract
A utilização de plantas medicinais pela humanidade pode ser identificada desde a antiguidade, passando assim, entre diversas gerações ao redor do mundo. O uso de plantas medicinais ocorre muitas vezes pela indicação de amigos e parentes próximos ou pelo saber popular de pessoas com mais idade. Nesse contexto, a comercialização de plantas medicinais em feiras livres é uma prática bastante comum. A realização do levantamento etnobotânico de plantas medicinais contribui para o conhecimento científico e popular sobre os vegetais comercializados, podendo resgatar o conhecimento popular e possibilitar a investigação das reais propriedades fitoterápicas. Este trabalho tem como objetivo realizar o levantamento etnobotânico das plantas medicinais comercializadas na feira livre da cidade de Princesa Isabel/PB, além de verificar a forma de uso, indicação fitoterápica e faixa etária do consumidor. O procedimento utilizado foi uma pesquisa de campo quantitativa-descritiva com coleta de dados por meio de entrevistas semiestruturadas e formulários. A pesquisa foi realizada no período de agosto a novembro de 2019 na feira livre na cidade de Princesa Isabel com quatro bancas de venda de plantas. Os dados sobre os vegetais comercializados, formas de uso e indicações fitoterápicas foram registrados com o uso de formulários. Além disso, os vegetais foram comparados com dados de herbário online para facilitar a identificação científica. Foram identificadas 23 espécies de plantas medicinais comercializadas na feira livre da cidade de Princesa Isabel-PB, destas, 9 espécies estão entre as mais procuradas. Entre as plantas mais procuradas para uso medicinal estão o Boldo (Peumus boldus), Canela (Cinnamomum verum) e Camomila (Matricaria chamomilla), todas essas podem ser encontradas em 3 bancas das 4 entrevistadas, e em todas são as mais procuradas. O Gergelim (Sesamum indicum), Eucalipto (Eucalyptus sp.), Erva Doce (Pimpinella anisum), Hortelã (Mentha sp.), Alecrim (Rosmarinus officinalis) e Hibisco (Hibiscus sp.), foram citadas em 1 banca pelo menos, das 4 entrevistadas, e são as mais comercializadas nas mesmas. A faixa etária do público que procura essas plantas para uso medicinal é bem diversificada, sendo desde jovens a idosos de ambos os sexos. No entanto, o Hibisco é mais procurado por mulheres acima dos 18 anos devido ao seu potencial termogênico. Entre as novidades de plantas medicinais comercializadas na feira livre, encontrou-se o maná-cubiu (Solanum sessiliflorum). O Maná-cubiu oferece vários benefícios, entre eles, a utilização por mães para aliviar a “gastura” no dente dos filhos quando os mesmos estão nascendo. As folhas, caule, casca e flores foram os órgãos mais utilizados com fins terapêuticos. Relacionado ao modo de preparo das plantas, observou-se que 100% é feito por infusão para o preparo de chá, mesmo essas plantas possuindo diversas formas de uso. As espécies mais procuradas foram o Boldo, a Canela e a Camomila, que possuem um grande potencial fitoterápico que está compilado ao sabor e essência de boa qualidade dessas plantas. Foi possível concluir que esta feira possui uma grande diversidade de plantas medicinais e que os comerciantes entrevistados conservam um rico conhecimento dessa cultura popular.