EXTRATO DA SEMENTE DO NIM PARA APLICAÇÕES EM PRAGAS E INSETOS EM HORTALIÇAS
DOI:
https://doi.org/10.35512/ras.v3i4.3825Abstract
INTRODUÇÃO: A utilização massiva de agrotóxicos iniciou-se na década de 1950 na indústria estadunidense, através da Revolução Verde. Uma década após, a cultura de utilização de agrotóxicos iniciou-se no Brasil, ganhando impulso nos anos de 1970 (SIQUEIRA et. al, 2013), mas sua utilização de forma liberada só aumentou recentemente, afetando diretamente a qualidade alimentícia, representando risco ao consumo e à saúde pública. A árvore de Nim (Azadirachta indica Juss.), oriunda da Ásia e cultivada em vários países das Américas, África e Austrália, também utilizada no Brasil, tem acentuada atividade inseticida para várias espécies de pragas, apresentando efetividade contra mais de 430 espécies de pragas (MARTINEZ, 2002). A maioria dos resultados sobre a utilização do nim provém de produtos preparados pela moagem ou da extração de óleo das sementes. Essas substâncias, com potencial inseticida, representam uma alternativa para o controle de pragas. OBJETIVOS: Este trabalho objetiva a utilização do extrato do nim para aplicações em pragas e insetos presentes em hortaliças; preparar o extrato para aplicação; identificar os tipos de hortaliças, pragas e insetos presentes; e analisar o efeito do extrato após aplicação. MATERIAL E MÉTODOS: O extrato foi produzido a partir da coleta, trituração e submersão das sementes em água no período de 12 a 20 horas, preservando o estado orgânico na proporção de 100g de sementes para 500 ml de água. A área delimitada correspondeu a 85 cm², identificando-se os tipos de hortaliças, pragas e insetos. Realizou-se duas aplicações diárias entre 9h e 16h, repetindo-se por quatro dias consecutivos, utilizando pulverizador, nos canteiros de couve, rúcula, alface e cebolinha, nas espécies de pulgões, lagarta, joaninha, vaquinha e mosca branca. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A eficácia do extrato foi variável entre as espécies identificadas, sendo que o efeito foi mais rápido nos pulgões (Afídios, ordem: Hemíptera) presente no canteiro de couve (Brassica oleracea), que no primeiro dia de aplicação já migrou para outras áreas A vaquinha (Diabrotica speciosa), presente no canteiro de alface (Lactuca sativa), apresentou mais resistência, estando presente até o terceiro dia. As demais espécies de Joaninha (Coccinellidae, Ordem Coleoptera) e Lagarta (Ordem Lepidópteros) presentes no canteiro de rúcula (Eruca vesicaria ssp) e a mosca branca (Bemisia tabaci), presente no canteiro de cebolinha (Allium schoenoprasum), manifestaram migração de forma mediana. Nas demais espécies, as migrações iniciaram a partir do segundo dia de aplicação. O extrato não causou morte, somente migração que se relatou a migração em aplicações na Nezara viridula, corroborando com Leite e Meira (2016 p. 27) que afirmam que a mosca branca (Bemisia tabaci) e lagartas em geral podem ser controlados com extrato aquoso da semente do nim, e também com Mordue e Blackell (1993), que ressalta que a azadiractina é tóxica a insetos, tem efeito de repelência. CONCLUSÃO: O uso de extratos de plantas pode diminuir o custeio da produção, riscos à saúde, ambientais e a dependência dos inseticidas sintéticos, o extrato do nim, representa uma ótima alternativa para a agricultura familiar, pela sua fácil preparação e utilização e, ainda por não promover a dispersão residual no ambiente.