ANÁLISE RELATIVA DA TRANSMISSÃO DA COVID-19 DO HOMEM PARA ANIMAIS
Resumo
O SARS-CoV-2 causador da Covid-19, possui um alto poder de transmissibilidade entre os seres humanos, contabilizando até o presente momento, mais de 251 milhões de casos positivos para a doença em todo o mundo. Fatores como os crescentes diagnósticos da infecção consorciado a altas taxas de recombinação viral podem ter influenciado para o cenário de surgimento do fenômeno conhecido como transbordamento reverso, onde a difusão do agente patológico se manifesta do homem para os animais de espécies distintas. Após relatos em todo o mundo sobre animais de companhia que testaram positivo para o SARS-CoV-2 no período em que seus tutores estavam com Covid-19, percebeu-se que esses tutores atuaram como fômites desses agentes virais para seus animais. O pretenso estudo teve como propósito avaliar e investigar os possíveis panoramas de contágio da SARS-CoV-2 em animais de companhia associados a tutores diagnosticados positivos para Covid-19. A metodologia baseou-se na coleta e análise de dados, a partir de um questionário eletrônico, criado na plataforma online Google Forms®. A ferramenta foi disseminada pelas redes sociais (Instagram, Facebook e WhatsApp), a fim de alcançar o público alvo da pesquisa: tutores de animais de companhia que apresentaram diagnóstico positivo para Covid-19. O formulário buscou informações sobre a gravidade da infecção em si, o contato íntimo com os pets, a aglomeração de animais no ambiente, dentre outras informações úteis para a formulação de hipóteses sobre essa transmissão. Foram obtidos um total de 91 formulários eletrônicos respondidos pela população pesquisada. Observou-se que 93,7% dos animais sob a responsabilidade do público participante da pesquisa possuíam acesso livre a áreas internas/comuns da casa; 82,3% dos tutores não procuraram assistência veterinária após os animais apresentarem algum sintoma, que, na maioria foi, semelhante à sintomatologia da infecção por Covid-19; 70,9% dos tutores relataram a presença de um a três animais (cães e/ou gatos) em domicílio, o que de certa forma facilita a disseminação do vírus. Neste mesmo estudo foi possível extrair que 65% dos tutores diminuíram a frequência ou restringiram os passeios com seus animais à rua. Com base nessas respostas concluiu-se que grande parte dos animais que compartilhavam de uma mesma residência com seus tutores diagnosticados para Covid-19 (93,7%), possuíam contato direto ou parcial com os mesmos, por meio de acesso a áreas comuns do domicílio), bem como, não possuírem maiores acesso à rua, ficando, portanto, menos suscetível ao contágio da doença (SARS-CoV-2) por meio de fatores externos à residência. Dessarte, o panorama relativo do contágio associado a subnotificação da infecção nos animais, pela falta da procura por atendimento veterinário pelos tutores, dificulta o acesso ao tratamento adequado dos animais, assim como a omissão de dados para análise e estudos. Deste modo, pesquisas complementares devem ser abordadas para o assunto, a fim de minorar os riscos ainda desconhecidos e consequências do Transbordamento Reverso.
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