CULTURAS NAS ORGANIZAÇÕES: HOMOGENEIDADES E HETEROGENEIDADES NA ADMINISTRAÇÃO DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA

Marcos Paulo de Oliveira Corrêa

Fundação João Pinheiro - FJP/MG Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG Brasil

Mestre em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro (2018), especialista em Direito Administrativo pela Universidade Cândido Mendes (2016) e graduado em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (2014). Graduando em Direito na Faculdade Mineira de Direito da PUC-MG. Faz parte do grupo de pesquisas GEPBio, que possui foco transdisciplinar entre Bioética e as demais ciências, com foco no Direito.É servidor público federal, Administrador, na Universidade Federal de Minas Gerais, exercendo a função de Coordenador da Assessoria Técnica do Departamento de Desenvolvimento de Recursos Humanos (DRH), que tem como principais atividades: fornecer subsídios de respostas aos órgãos de controle e às ações judiciais; consolidar dados para a elaboração Lei Orçamentária Anual (LOA); atender às demandas provindas da Ouvidoria e do Serviço de Informações ao Cidadão (SIC); elaborar relatórios institucionais; construir consultas à Procuradoria Federal de Minas Gerais; coordenar e desenvolver projetos internos do Departamento; comunicar com outros órgãos públicos. Tem experiência na coordenação de concurso público, além de já ter participado de bancas examinadoras. Elaborador e revisor de questões aplicadas a alunos do ensino superior dos cursos de Administração, Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos e Tecnologia em Gestão Comercial, no modelo do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE), realizado pelo INEP. Já atuou em projetos de reestruturação de processos, demandando o conhecimento e aplicação da metodologia de gerenciamento de projetos. Atuou em empresas de consultoria em gestão empresarial e também na empresa júnior da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG.   

Marcus Vinicius Gonçalves da Cruz

Fundação João Pinheiro - FJP/MG Brasil

Possui graduação (1993), mestrado (1996) e doutorado em Administração (2005) pela Faculdade de Ciências Econômicas (FACE) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Doutorado Sanduíche na American University, Washington, D.C., Estados Unidos (2003). Pós-Doutorado no Instituto de Sociologia da Universidade do Porto (2017). Pesquisador da Fundação João Pinheiro/MG. Coordenador e Professor do Mestrado e Graduação em Administração Pública da Escola de Governo da Fundação João Pinheiro/MG. Parecerista de periódicos nacionais, atua como professor de diversos cursos de pós-graduação. Possui experiência na área de Administração, com ênfase em gestão de organizações complexas, bem como planejamento e políticas públicas.  

Resumo

 

As significações culturais formam padrões de referência, de validação e de legitimação das ações de um determinado grupo social, constituindo, nesse sentido, panoramas possíveis de apreender e revelar conjunturas existentes em uma organização. Este trabalho se utiliza da abordagem das “três perspectivas”, proposta por Martin (1992), a saber: “integração”, “diferenciação” e “fragmentação”. O pressuposto que este estudo pretende fortalecer é a de que, a partir da análise de um contexto social, são possíveis a ampliação e o aprofundamento do trato de indagações plurais das culturas nos ambientes organizacionais. Esta pesquisa tomou como foco as manifestações culturais expressadas por servidores públicos que atuam em diferentes departamentos que compõem um órgão administrativo de uma universidade federal de ensino superior. As entrevistas semiestruturadas, a pesquisa documental e a análise de conteúdo foram os principais instrumentos utilizados para a identificação das manifestações culturais presentes no contexto organizacional analisado. Concluiu-se pelo argumento de que as investigações culturais que excluem os conflitos e as ambiguidades podem vir a silenciar fatos organizacionais importantes bem como os insumos provindos de indivíduos que nem sempre possuem poder nesses contextos.

Texto completo:

Referências


AKTOUF, O. O simbolismo e a cultura de empresa: dos abusos conceituais às lições empíricas. In: CHANLAT, J. F. O indivíduo na organização: dimensões esquecidas. São Paulo: Atlas, 1994. v. 2.

ALCADIPANI, Rafael; CRUBELLATE, João Marcelo. Cultura organizacional: generalizações improváveis e conceituações imprecisas. Revista de administração de empresas, v. 43, n. 2, p. 64-77, 2003.

BERGER, P. L.; LUCKMANN, T. Modernidade, pluralismo e crise de sentido: a orientação do homem moderno. Petrópolis: Vozes, 2004.

BOTTONI, A.; SARDANO, E. de J.; COSTA FILHO, G. B. da. Uma breve história da universidade no Brasil: de Dom João a Lula e os desafios atuais. Gestão universitária: os caminhos para a excelência. Porto Alegre: Penso, 2013. p. 19-42.

BRASIL. Decreto n.º 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o art. 80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 2005. Disponível em: . Acesso em: 20 ago. 2017.

CARRIERI, A. P.; PIMENTEL, T. D. Significações culturais: um estudo de caso da UFMG Consultoria Júnior. Revista de Administração Mackenzie, v. 6, n. 3, p. 137-166, 2005.

CARRIERI, A. P.; RODRIGUES, S. B. As transformações nas significações culturais em uma empresa de telecomunicações: de empresa pública a filial privada. In: ENANPAD, 25, 2001, Campinas. Anais… Rio de Janeiro: ANPAD, 2001. v. 1

CAVEDON, N. R. Antropologia para administradores. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003.

CAVEDON, N. R.; FACHIN, R. C. Homogeneidade versus heterogeneidade cultural: um estudo em universidade pública. Organizações & Sociedade, v. 9, n. 25, p. 61-76, 2002.

COLBARI, A. A análise de conteúdo e a pesquisa empírica qualitativa. In: SOUZA, E. M. de (Org.). Metodologias e analíticas qualitativas em pesquisa organizacional: uma abordagem teórico-conceitual. Dados eletrônicos. Vitória: EDUFES, 2014. p. 241-272.

COLLIS, J.; HUSSEY, R. Pesquisa em Administração. Porto Alegre: Bookman, 2005.

D’IRIBARNE, P. et al. Cultures et mondialisation: gére par-delà les frontières. Paris: Seuil, 1998.

DESLANDES, S. F. A construção do projeto de pesquisa. In: MINAYO, M. C. de S. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, Vozes, 1998.

DOMINGUES, F. F.; GRIPP, E. C. M. B. Cultura organizacional e representações sociais: um ensaio teórico. Revista Competência, v. 8, n. 1, 2015.

GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC, 2011.

GIALDINO, I. V. de. Los fundamentos ontológicos y epistemológicos de la investigación cualitativa. Forum: Qualitative Social Research, Berlin, v. 10, n. 2, Art. 30, mayo 2009.

GOLDIM, J. R. et al. O processo de consentimento livre e esclarecido em pesquisa: uma nova abordagem. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 49, n. 4, p. 372-374, out./dez. 2003.

LAVILLE, C.; DIONNE, J. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Artmed; Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.

LEITE-DA-SILVA, A. R. et al. Contradições gerenciais na disseminação da “cultura corporativa”: o caso de uma estatal brasileira. Revista de Administração Pública, v. 40, n. 3, p. 357-384, 2006.

LEITE-DA-SILVA, A. R.; JUNQUILHO, G. S.; CARRIERI, A. P. Cultura em organizações e suas diversidades: perspectivas de análises à luz da metáfora dos “Três Porquinhos”. Revista Alcance, v. 17, n. 3, p. 211-225, 2010.

LEITE-DA-SILVA, A. R.; JUNQUILHO, G. S.; CARRIERI, A. P. Cultura em organizações e suas diversidades: perspectivas de análises à luz da metáfora dos “Três Porquinhos”. Revista Alcance, v. 17, n. 3, p. 211-225, 2010.

LOEBEL, E.; STIPP, D. M.; NALESSO, A. C.; MEDEIROS, C. R. Interpretações culturais sobre a estratégia em uma organização pública brasileira. Revista Organizações em Contexto, v. 11, n. 22, p. 515-550, 2015.

MARTIN, J. Cultures in organizations: three perspectives. Oxford: Oxford University Press, 1992.

MARTIN, J. Organizational culture: mapping the terrain. London: Sage, 2002.

MARTIN, J.; FROST, P. Jogos de guerra da cultura organizacional: a luta pelo domínio intelectual. In: HARDY, C.; CLEGG, S. R.; NORD, W. R. (Org.). Handbook de estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, 2001. p. 219-251.

MASCARENHAS, A. O. Etnografia e cultura organizacional: uma contribuição da antropologia à administração de empresas. Revista de Administração de Empresas, v. 42, n. 2, p. 1-7, 2002.

MEYERSON, D.; MARTIN, J. Cultural change: an integration of three different views. Journal of Management Studies, v. 26, n. 4, p. 621-647, 1987.

MORGAN, G. Imagens da organização. São Paulo: Atlas, 1996.

PETTIGREW, A. A cultura nas organizações é administrável? In: FLEURY, M. T. L.; FISCHER, R. M. Cultura e poder nas organizações. São Paulo: Atlas, 1996. p.145-153.

QUARESMA JÚNIOR, E. A.; CARRIERI, A. P. Cultura e Organizações: para Além da Lacuna Epistemológica. Revista Alcance, v. 22, n. 4, p. 570-585, 2015.

SAHLINS, M. Culture and practical reason. Chicago: University of Chicago Press, 2013.

SARAIVA, Luiz Alex Silva. Cultura organizacional em ambiente burocrático. Revista de Administração Contemporânea, v. 6, n. 1, p. 187-207, 2002.

SARAIVA, L. A. S.; CARRIERI, A. P. As culturas de uma organização cultural. In: MARCHIORI, M. (Org.). Estudos organizacionais em interface com cultura. São Caetano do Sul: Difusão/Senac RJ, 2013. v. 1, p. 87-97.

SANTOS, M. F. B. D.; FONSECA, A. C. P. D.; SAUERBRONN, F. F. Cultura organizacional e avanço do management na Marinha do Brasil. Cadernos EBAPE.BR, v. 12, n. 1, p. 131-131, 2014.

SILVA, L. P.; FADUL, E. A produção científica sobre cultura organizacional em organizações públicas no período de 1997 a 2007: um convite à reflexão. Revista de Administração Contemporânea, v. 14, n. 4, p. 651-669, 2010.

SILVA, N.; ZANELLI, J. C. Cultura organizacional. In: ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.; BASTOS, A. V. B. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil-2. Porto Alegre: AMGH Editora, 2014.

UFMG – UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Plano de desenvolvimento institucional 2013-2017. 2013a. Disponível em: . Acesso em: 14 set. 2017.

UFMG – UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Relatório de gestão 2012. Belo Horizonte: Imprensa Universitária, 2013b.

UFMG – UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Relatório de gestão 2010-2014. Belo Horizonte: Imprensa Universitária, 2014.

UFMG – UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Relatório de gestão do exercício de 2015. Belo Horizonte: Imprensa Universitária, 2016.

UFMG – UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Resolução n.º 2, de 30 de março de 2000. Estabelece a estrutura e as competências da Pró-Reitoria de Recursos Humanos (PRORH). Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, 2000.

VALLE, A. S. Trabalhadores técnico-administrativos em educação da UFMG: inserção institucional e superação da subalternidade. 2014. 182 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2014. Disponível em: . Acesso em: 28 jul. 2016

WHYTE, William Foote. Sociedade de Esquina: [Street Corner Society] A estrutura social de uma área urbana pobre e degradada. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.

WRIGHT, S. “Culture” in anthropology and organizational studies. In: ___ (Org.). Anthropology in organizations. London : Routledge, 1994a.

YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Tradução Daniel Grassi. Porto Alegre: Bookman, 2005.

ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.; BASTOS, A. V. B. Psicologia, organizações e trabalho no Brasil-2. Porto Alegre: AMGH Editora, 2014.


DOI: http://dx.doi.org/10.18265/2526-2289v6n2p41-60

O arquivo PDF selecionado deve ser carregado no navegador caso tenha instalado um plugin de leitura de arquivos PDF (por exemplo, uma versão atual do Adobe Acrobat Reader).

Como alternativa, pode-se baixar o arquivo PDF para o computador, de onde poderá abrí-lo com o leitor PDF de sua preferência. Para baixar o PDF, clique no link abaixo.

Caso deseje mais informações sobre como imprimir, salvar e trabalhar com PDFs, a Highwire Press oferece uma página de Perguntas Frequentes sobre PDFs bastante útil.

Visitas a este artigo: 877

Total de downloads do artigo: 714