ARTEFATO PARA MEDIÇÃO DE SOMBRA NO CULTIVO DO CAFÉ SOMBREADO DA COMUNIDADE TRADICIONAL VEREDA FUNDA – MINAS GERAIS
DOI:
https://doi.org/10.35512/ras.v6i4.7026Resumo
O Brasil exporta um terço do café mundial, sendo o estado de Minas Gerais responsável por 46% do café produzido no país neste ano. Cada vez mais o café é cultivado pensando no aumento da qualidade da bebida, sendo esse o principal objetivo de projetos que prestam consultoria aos produtores de café sombreado no Alto Rio Pardo, no norte de Minas Gerais. Em Vereda Funda, uma comunidade tradicional de produtores familiares e cooperados, a qualidade do café agroecológico produzido vem se tornando de grande importância, tal como o manejo do cafezal cultivado há muitas décadas. Para auxiliar no acompanhamento da produção, em 2019 foi introduzido um artefato para assessorar na observação de luz e sombra direcionada à planta. Neste trabalho apresentamos os resultados de uma iniciação científica desenvolvida ao longo dos anos 2020 e 2021 com o objetivo de compreender a importância e o uso desse artefato na e para o cultivo do café sombreado, nas chácaras de café situadas na comunidade tradicional de Vereda Funda. A pesquisa qualitativa foi realizada mediante observação participante da primeira autora, insider do campo nesta comunidade, e entrevistas com agricultores familiares, produtores do café agroecológico sombreado; técnicos que dão suporte a esses agricultores e que tiveram papel na inserção do artefato de medição da sombra na comunidade; e, estudantes que realizam trabalhos nas chácaras desses mesmos produtores manuseando o artefato de medição da sombra, compondo um total de 6 participantes. Pudemos observar que o artefato tem significados diferentes dentre os entrevistados, sendo mais importante para quem trabalha diretamente com o objeto e extraí dados dele e menos significativo para os agricultores. A identidade da comunidade Vereda Funda é de fundamental importância para se entender o significado que o monitoramento do café sombreado carrega para os cafeicultores locais.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE CAFÉ, (ABIC). Origem do café. 2021. Disponível em: https://www.abic.com.br/tudo-de-cafe/origem-do-cafe/. Acesso em 09 mar.2020.
BRITO, I.C.B. Comunidade e território e complexo industrial florestal: O caso de Vereda Funda, norte de Minas Gerais.123f. 2006. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Social) Universidade Estadual de Montes Claros, 2006.
EMBRAPA. Minas Gerais responde por 50% da produção brasileira de café. 2014. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/2336226/minas-gerais-responde-por-50-da-producao-brasileira-de-cafe#:~:text=brasileira%20na%20cafeicultura-,Com%20mais%20de%20um%20milhão%20de%20hectares%20plantados%2C%20Minas%20Gerais,de%2060%20países%20do%20mundo. . Acesso em 17 fev. 2020.
FREITAS, L.O.; CALHEIROS, T.; REIS, R.J. Vulnerabilidade da mesorregião Norte de Minas Gerais face às mudanças climáticas. Caderno de Geografia, v. 29 n. 56, p. 134- 155, 2019.
GODOY, A.S. Pesquisa qualitativa: tipos fundamentais. RAE - Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, n.3, p, 20-29, Mai./Jun.1995.
GRIMM, A. M. Meteorologia Básica: Notas de Aula. 1999. Disponível em: https://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/ Acesso em 21 de jun.2022.
IBGE, Rio Pardo de Minas. 2018. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/rio-pardo-de-minas/panorama. Acesso em 17 fev. 2020.
KUMAR, D.; TIESZEN, L.L. Photosynthesis in Coffea arabica L. I. Effects of light and temperature. Experimental Agriculture, v. 16, n.1, p. 13-19, 1980.
LEÃO, D. Momento Histórico: Incra assina portaria que implanta o assentamento extrativista “Veredas Vivas”, experiência pioneira em Minas. 2013. Disponível em: https://dineileao.wordpress.com/2013/09/27/momento-historico-incra-assina-portaria-que-implanta-o-assentamento-extrativista-veredas-vivas-experiecia-pioneira-em-minas/. Acesso em 10 fev. 2020.
MANCUSO, M. A. C.; SORATTO, R.P.; PERDONÁ, M.J. Produção de Café Sombreado. Colloquium Agrariae, v. 9, n.1, p. 31-44, 2013.
MOREIRA, C.F. Caracterização de sistemas de café orgânico sombreado e a pleno sol no Sul de Minas Gerais. Dissertação (Mestrado). Universidade de São Paulo, 2003.
MUSCHLER, R.G. Efectos de diferentes niveles de sombra de Erythrina poeppigiana sobre Coffea arabica vars. Caturra y Catimor. In: II Semana Científica Del Centro Agronómico Tropical De Investigación Y Enseñanza, Turrialba, Costa Rica: CATIE, v. 2, p.158-160, 1995.
OLIVEIRA, J.T. Caminhos do Café. Arquivo Nacional e a História Luso-Brasileira, 2018. Disponível em: http://www.historiacolonial.arquivonacional.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=5275&Itemid=379 . Acesso em 11 de maio de 2020.
PAIVA, L. C. et al. Influência de diferentes níveis de sombreamento sobre o crescimento de mudas de cafeeiro (Coffea arábica l.). Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 27, n. 1, p. 134-140, 2003.
PROJETO BEM DIVERSO. Cafés especiais de Alto Rio Pardo trazem as tradições de comunidades mineiras para as xícaras. 2018. Disponível em: http://www.bemdiverso.org.br/notícias/cafés-especiais-de-alto-rio-pardo-trazem-as-tradições-de-comunidades-mineiras-para-as-xícaras. Acesso em 11 de maio de 2020.
REBOITA, M. S., MARRAFON, V. H.A.; LLOPART, M., ROCHA, R. P. Cenários de mudanças climáticas projetados para o estado de Minas Gerais. Revista Brasileira De Climatologia, ano 14, p.110-128, 2018.
SANTOS. M.A. A temperatura ideal para o cultivo de café é entre 19° e 21°C. Café Point. 2011. Disponível em: https://www.cafepoint.com.br/noticias/giro-de-noticias/a-temperatura-ideal-para-o-cultivo-de-cafe-e-entre-19-e-21c 68924n.aspx#:~:text=A%20temperatura%20ideal%20para%20o%20cultivo%20do%20caf%C3%A9%20ar%C3%A1bica%20%C3%A9,risco%20de%20abortamento%20das%20flores. Acesso em: 22 de set. de 2020.
VIDAL, L.; SILVA, L. A. O sistema de objetos nas sociedades indígenas: arte e cultura material. In: SILVA, A. L.; GRUPIONI, L. D. B. (orgs.), A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de 1º e 2º graus. Brasília: MEC/MARI/UNESCO. pp. 317-335, 1995.