2023, O ÚLTIMO ANO ANTES DA PRÓXIMA SECA NO NORDESTE

saulo Gusmão da Silva de tarso

https://orcid.org/0000-0002-4906-1854 Universidade Federal do Agreste de Pernambuco Brasil

Núcleo de Inovações Agrárias para o Nordeste, Programa de Pós-Graduação em Sanidade e Reprodução de Animais de Produção, Universidade Federal do Agreste de Pernambuco, Garanhuns, PE, Brasil.

Resumo

A questão da seca no Nordeste brasileiro e a necessidade de mudança de perspectiva em relação ao estudo e uso sustentável das áreas semiáridas, além da falta de atenção dada a região nas áreas da ciência, história e estudos climáticos, assim como a falta de pesquisas sobre os padrões climáticos. Apesar de ser uma área com grande importância em termos de cobertura terrestre, o Nordeste é frequentemente percebido como desestruturado e indigente. O Nordeste semiárido brasileiro reune uma das maiores densidades demográficas entre as áreas secas do mundo e uma rica cobertura vegetal com milhares de espécies. No entanto, apesar dessas características singulares, o adequado uso da terra nessa região ainda não foi definido. Desde que os registros de episódios de estiagem começaram, contabilizou-se 73 episódios de secas, totalizando 119 anos secos. Essa problemática é destacada como a principal preocupação na região, sendo lembrada e registrada, enquanto os períodos chuvosos não têm o mesmo impacto histórico. Existe um paradoxo da escassez de água, que mesmo com a presença de grandes represas e barragens na região, grande parte dessas construções destina-se à produção de energia elétrica ou ao abastecimento das demandas urbanas, deixando a maioria da população rural desassistida. Além disso, existe o efeito negativo dessas represas no fluxo de riachos e rios sazonais, assim como o impacto das intervenções humanas no fluxo de água. Essas interferências podem afetar o volume de água que flui para os grandes reservatórios. Enfatiza-se ainda a necessidade de mudar a percepção sobre o Nordeste semiárido, promovendo estudos e ações para o uso sustentável das terras, ressaltando a importância de compreender os padrões climáticos da região e buscar soluções para os problemas relacionados à seca e ao abastecimento de água. Propomos assim, um novo olhar e investimento em pesquisas e programas de estudo-ação para promover o entendimento e uso sustentável das áreas semiáridas no Brasil.

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DOI: http://dx.doi.org/10.35512/ras.v7i2.7777

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