COMUNIDADE DE PRÁTICA, COMPARTILHAMENTOS E APRENDIZADOS: APROXIMAÇÕES DESDE A REDE SERGIPANA DE AGROECOLOGIA

Tanise Pedron da Silva

https://orcid.org/0000-0001-6164-8239 Instituto Federal do Rio Grande do Sul. Brasil

Engenheira agrônoma. Mestre em Extensão Rural. Doutora em Desenvolvimento Rural.

Flávia Charão Marques

https://orcid.org/0000-0002-1818-9281 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Brasil

Engenheira agrônoma, pós-graduação em Desenvovlimento Rural. Atua no curso de Agronomia e na Pós-Graduação em Desenvovlimento Rural da UFRGS.

Resumo

A facilitação do compartilhamento de experiências entre agricultores, e entre eles e outros atores faz parte dos princípios fundamentais do trabalho em agroecologia. Isto instiga a busca de abordagens e metodologias que melhor conduzam a análise de processos relacionados ao conhecimento desde uma perspectiva que promova a interação entre atores e as organizações envolvidas. A utilização da perspectiva das Comunidades de Práticas (CdP) surge como um caminho que permite analisar a aprendizagem a partir da observação e registro das trocas e compartilhamentos de conhecimento e experiência, nos quais as pessoas ampliam suas capacidades ao interagir entre si. A partir de uma metodologia qualitativa que envolveu entrevistas em profundidade e observação participante, este trabalho analisa alguns processos de aprendizagem desenvolvidos pela Rede Sergipana de Agroecologia (RESEA), identificando elementos que caracterizam Comunidades de Práticas, de modo a avaliar o potencial desta abordagem para a construção do conhecimento. Os engajamentos políticos e as participações diretas das pessoas em atividades relacionadas à promoção da agroecologia estão correlacionadas ao processo de aprendizagem individual e à organização social para interferir em cursos de ação, como no caso das Leis Estaduais para Sementes Crioulas e para Agroecologia em Sergipe. O entendimento da trajetória da RESEA como formação de uma CdP, finalmente, aponta para processos de aprendizagens relacionados à dinâmica de ações coletivas

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Referências


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DOI: http://dx.doi.org/10.35512/ras.v6i3.6694

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