Resumo

INTRODUÇÃO: Para a Organização Mundial de Saúde, a adolescência compreende o período entre 10 e 19 anos e, mais recentemente, ampliou sua abrangência, considerando como jovens, a população entre 10 e 24 anos. Estima-se que a cada hora, 29 adolescentes são infectados de HIV entre 10 e 24 anos, e é justamente nesta faixa etária que se concentra metade das infecções por HIV. No Brasil, nos últimos anos, verifica-se tendência de crescimento na taxa de detecção em jovens entre 15 e 24 Anos (por 100 mil hab.), em 2006 era de 8,7/100 mil habitantes e em 2017 passou para 14,7/100 mil habitantes, representando um aumento de 69%. Nesse contexto, buscou-se desenvolver um APP com foco na prevenção das ISTs, HIV/Aids e Hepatites Virais visando ampliar a adesão dos jovens brasileiros às práticas de prevenção preconizadas pelo SUS. Para tanto, foi desenvolvido o App “Saúde Jovem”, cuja fase de avaliação foi concluída em setembro/2021 e encontra-se na fase de registro de software para posterior distribuição gratuita. OBJETIVO: Avaliar a usabilidade do aplicativo móvel (App) “Saúde Jovem” na perspectiva do usuário. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa avaliativa, observacional, quantitativa. A avaliação da usabilidade do App considerou o System Usability Scale (SUS) e sua correlação entre os atributos da usabilidade de Nielsen (1993). O método SUS adota um instrumento com 10 questões de múltipla escolha que variam de 1 (discordo totalmente) a 5 (concordo totalmente). Para a coleta de dados realizou-se quatro oficinas de avaliação com jovens estudantes. O Projeto faz parte de um projeto maior intitulado “Comunicação promotora de saúde: estratégias de enfrentamento de epidemias de ISTS, HIV/AIDS e hepatites virais em população jovem” o qual foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, mediante CAAE 29854020.0.0000.0030. RESULTADOS: O “Saúde Jovem” foi desenvolvido com o propósito de ser uma ferramenta promotora de saúde com foco em HIV/AIDS e outras ISTs. Compatível com as plataformas Androide e IOS, apresenta um módulo de mapeamento das unidades básicas de saúde e um chatbot que simula uma conversa humana, incluindo um discurso regional, capaz de responder as dúvidas dos jovens sobre HIV/AIDS e outras ISTs. Participaram das oficinas de avaliação jovens estudantes da UFAM, UnB, e UFRGS. O índice médio de usabilidade do App foi acima de 80 pontos, considerado muito bom. Sobre a facilidade de uso, 75% dos jovens concordam que é fácil de usar, enquanto 87,5% discordam que seja desnecessariamente complexo. Ninguém considerou o aplicativo desconfortável de usar. CONCLUSÕES: Verifica-se que o aplicativo foi avaliado positivamente, visto que ao correlacionar os índices obtidos pelo método SUS com os atributos da usabilidade de Nielsen identificou que o app apresenta facilidade de aprendizagem, eficiência, facilidade de memorização, minimização de erros e satisfação subjetiva. Representa uma inovação na forma de comunicar saúde, visto que a inteligência artificial implementada no chatbot deve “compreender” gírias e expressões regionais comumente utilizadas na linguagem do jovem brasileiro.