Experimentação de Tecnologias Sociais de Convivência com o Semiárido no SERTA de Ibimirim-PE

Autores

  • JACKLINE GOMES SILVA Serviço de Tecnologia Alternativa (SERTA), Glória do Goitá – PE
  • Maria Cleoneide Brito Serviço de Tecnologia Alternativa (SERTA), Glória do Goitá – PE
  • Jerrana Cantarelli Serviço de Tecnologia Alternativa (SERTA), Glória do Goitá – PE
  • Sebastião Santos Serviço de Tecnologia Alternativa (SERTA), Ibimirim – PE
  • Paula Vanessa Queiroz Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Recife – PE
  • Lourinalda Oliveira Serviço de Tecnologia Alternativa (SERTA), Glória do Goitá – PE

DOI:

https://doi.org/10.35512/ras.v3i4.3680

Resumo

O SERTA (Serviço de Tecnologia Alternativa) oferece o Curso Técnico em Agroecologia, voltado para jovens residentes no campo e na cidade, bem como para povos tradicionais. Possui duas unidades: Glória do Goitá, na Zona da Mata (PE) e  Ibimirim, no Sertão do Moxotó (PE). Este relato tem como objetivo descrever as experiências vivenciadas por estudantes do Curso Técnico em Agroecologia da unidade de Glória do Goitá, em atividade de estágio curricular com duração de 30h na unidade de Ibimirim junto à algumas tecnologias sociais de convivência com o semiárido. É importante ressaltarmos que a escola encontra-se na região semiárida, com predominância do bioma caatinga. A escola apresenta uma área de 5 ha, onde é possível encontrar uma grande diversidade de espécies nativas e exóticas de plantas arbóreas, arbustivas, herbáceas, medicinais e imensa variedade de cactos. As atividades foram planejadas em grupo e contou além da observação de algumas tecnologias sociais, e da criação animal e vegetal; técnica de produção de enxertia de cactos dentre outras práticas. Destacamos a utilização de plantas para fins medicinais e alimentícios, a exemplo da moringa Moringa oleífera e da pitaia Hylocereus undatus, indicadas pelos educadores como uma alternativa na alimentação com elevado teor protéico e alto valor comercial. Outra atividade foi a participação no Projeto Caatinga Emoldurada, onde com instruções de um artesão as estudantes puderam vivenciar a relação entre agroecologia e arte, que se deu com a visita a Caatinga, coleta de partes vegetais mortas e seu ressignificado com a confecção de luminárias artesanais a partir dos galhos e troncos dando-lhes vida artística. No que diz respeito à matriz energética, a unidade tem a experiência de aproveitamento da luz solar, bem como a geração de energia eólica. Quanto aos sistemas de produção integrada, as estudantes conheceram a aquaponia, uma tecnologia social que tem como característica o uso de recursos hídricos que circulam de forma sistêmica, beneficiando culturas animais e vegetais. Dentro do sistema pode haver a criação de peixes, galinhas, plantas medicinais, frutíferas, hortaliças e plantas alimentícias não convencionais (PANCs). Outra característica é o aproveitamento do espaço que beneficia também as propriedades com pequena extensão territorial, podendo ser uma ideia de fácil aplicação como alternativa para agricultura urbana. Também foi realizada uma vista ao Povo Tradicional Kambiwá, vivenciando relações entre agroecologia e cultura tradicional e convivência do povo com o semiárido e com as políticas públicas da primeira e segunda água, cisterna calçadão, ciclo de bananeira, plantio diversificado nos quintais e criação animal. Ao final das atividades, foi realizada uma avaliação de forma participativa, na qual foi possível concluirmos que o estágio propôs a oportunidade de na prática experienciar um pouco da convivência com o semiárido, em condições climáticas bem diversas daquelas em que se insere a escola onde se dá a formação das estudantes, zona da mata pernambucana, com maior disponibilidade de água. Oportunizou então, o aprendizado através do contato com tecnologias sociais, de cultivo de plantas e de criação de animais, em condições diversas, enriquecendo a formação profissional das participantes.

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Publicado

2020-01-17

Edição

Seção

RESUMO SIMPLES -III CETIS - 2020 - Agropecuária

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