ENTROPIA DA INFORMAÇÃO EM INDICADORES DE GESTÃO DA REDE FEDERAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA
Resumo
Em virtude da crescente necessidade de mensurar o nível de eficiência do setor público, este artigo verifica, dentre uma seleção não aleatória de indicadores de gestão da Rede Federal de Educação, quais deles possuem o maior peso ou nível de informação, medidos por meio da entropia informacional, e por consequência, elaborar um ranking de qualidade dessas instituições em âmbito nacional. Trata-se de uma pesquisa quantitativa do tipo documental e descritiva com uma amostra de quarenta e uma entidades, ao passo que é selecionado onze indicadores dos Relatórios de Análise de Gestão do período de 2012 a 2018. Os achados demonstram que a Relação de Ingressantes por Vaga (RIV) foi o indicador mais representante em 2012, a Retenção de Fluxo Escolar (RFE) em 2013, a Relação de Concluintes por Matrícula em 2014 e 2015, o RFE em 2016 e 2017, e, por fim, o RIV em 2018. Por outro lado, o Índice de Titulação do Corpo Docente foi o indicador responsável pelo menor peso em todos os anos. Quanto ao ranking, instituição mais bem colocada foi o IFSertãoPe, acompanhada pelo IFAP, e pelo CP-II. As evidências permitem inferir um equilíbrio quanto a qualidade técnica da Rede Federal de Educação por região geográfica, já que as três instituições com melhores pontuações representam uma região geográfica distinta. Em contraste, o IFAM deteve menor grau de eficiência técnica, seguido pelo IFMA e pelo IFPE, isto é, infere-se que a região nordeste apresenta maior destaque dentre as piores instituições, o que pode fornecer contribuição prática para os gestores da iniciativa pública, uma vez que se apresenta informações completas e seus graus de importância sobre a real eficiência técnica das instituições da Rede Federal de EPCT.
Texto completo:
Referências
ABBOTT, M.; DOUCOOULIAGOS, C. The Efficiency of Australian Universities: a data envelopment analysis. Economics of Education Review, v. 22, n. 1, p. 89-97, 2003.
AMARAL, A. M.; MUNIZ, J. A.; SOUZA, M. de. Avaliação do coeficiente de variação como medida da precisão na experimentação com citros. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 32, n. 12, p. 1221-1225, 1997.
BARBOSA, G. de C.; FREIRE, F. de S.; CRISÓSTOMO, V. L. Análise dos indicadores de gestão das IFES e o desempenho discente no ENADE. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, v. 16, n. 2, p. 317-344, 2011.
BRASIL, Ministério da Educação. Análise de indicadores. Disponível em: . Acesso em: 03 mar. 2021.
___, Ministério da Educação. Relatório Anual de Análise dos Indicadores de Gestão das Instituições Federais de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Disponível em: . Acesso em: 03 mar. 2021.
CORDEIRO, V. L. et al. Aplicações da teoria da informação à neurociência. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 41, n. 2, 2019.
COSTA, E. M. et al. Dinâmica da eficiência produtiva das instituições federais de ensino superior. Planejamento e políticas públicas, v. 44, p. 51-84, 2015.
COSTA, L. Indicadores: contrapondo gestão e qualidade acadêmica em IFES. Revista Gestão e Organizações, v. 5, p. 107-122, 2020.
FERREIRA, M. C.; SANTOS, W. J. L. dos; PESSANHA, J. F. M. Avaliação do ensino superior: análise dos indicadores instituídos pelo TCU para as IFES. Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ, v. 18, n. 1, p. 104-124, 2013.
FRAGOSO, A. et al. Evaluation of the Energy Performance in LED Lamps with Integrated Driver through Multicriteria Analysis. IEEE Latin America Transactions, v. 17, n. 4, 2019.
FREIRE, F. de S.; CRISÓSTOMO, V. L.; CASTRO, J. E. G. de. Análise do desempenho acadêmico e indicadores de gestão das IFES. Revista Produção Online, v. 7, n. 4, p. 5-25, 2008.
FURTADO, L. L.; CAMPOS, G. M. Grau de eficiência técnica dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia e a relação dos custos, indicativos de expansão e retenção nos escores de eficiência. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, v. 9, n. 3, p. 295-312, 2016.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GOLAN, A. Information and entropy econometrics Editor´s View. Journal of Econometrics, v. 107, p. 1-15, 2002.
MACEDO, M. A. S.; CORRAR, L. J. Análise do Desempenho Contábil-Financeiro de Seguradoras no Brasil no Ano de 2007: um Estudo Apoiado em Análise Hierárquica (AHP). Contabilidade Vista & Revista, v. 21, n. 3, p. 135-165, 2010.
MALHOTRA, N. K. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
MEDEIROS, R. M. Entropia pluviométrica na grande metrópole Recife-PE, Brasil. Journal of Environmental Analysis and Progress, v. 4, n. 1, 2019.
PARENTE, P. H. N. et al. Eficiência e produtividade nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia do Brasil. Administração Pública e Gestão Social, v. 13, n. 1, 2021.
PINEDA, J. O. C. A entropia segundo Claude Shannon: o desenvolvimento do conceito fundamental da teoria da informação. Dissertação (Mestrado em Ensino). PUC-SP, 2006.
ROCHA, I.; HEIN, N.; KROENKE, A. Entropia da informação em indicadores econômico-financeiros das empresas pertencentes ao setor econômico materiais básicos. XIV Seminários em Administração, 2011.
SANTOS, P. S. A.; ROCHA, I.; HEIN, N. Utilização da entropia informacional na seleção de indicadores financeiros mais relevantes para tomada de decisão no setor público: o caso dos estados brasileiros. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 19, n. 2, p. 83-105, 2014.
SHANNON, C. E. Communication theory of secrecy systems. Bell System Technical Journal, v. 28, n. 4, p. 656-715, 1949.
SOARES, M. et al. O emprego da análise de balanços e métodos estatísticos na área pública: o ranking de gestão dos municípios catarinenses. Revista Administração Pública, v. 45, n. 5, p. 1425-1443, 2011.
STAHEL, A. W. Capitalismo e Entropia: os aspectos ideológicos de uma contradição e a busca de alternativas sustentáveis. Instituto de Pesquisas Sociais, Fundação Joaquim Nabuco, 1994.
THEIL, H. Statistical decomposition analysis with applications in the social and administrative sciences. London: North-Holland, 1972.
VASQUEZ, M. C. Eficiência e Produtividade no Ensino Superior Público. Tese (Doutorado em Ciências Sociais na Especialidade de Administração Pública). Universidade Técnica de Lisboa, 2012.
ZELENY, M. Multiple criteria decision making. New York: McGraw-Hill, 1982.
Visitas a este artigo: 521
Total de downloads do artigo: 274