SUPERÁVIT VERSUS ENDIVIDAMENTO: AS TEORIAS PECKING ODER E TRADE OFF APLICADAS AOS CLUBES DE FUTEBOL BRASILEIROS

Nadielli Galvão

Professora Assistente da Universidade Federal de Sergipe Brasil

Nadielli Maria dos Santos Galvão

Mestra em Ciências Contábeis (UFPE)

Professora Assistente da Universidade Federal de Sergipe

Endereço: Campus Universitário Prof. Alberto Carvalho

Av. Vereador Olímpio Grande, s/n, bloco departamental - 1º Andar

Itabaiana - Sergipe – Brasil CEP: 49.500-000.

Telefone: (81) 9-9262-5659.

URL da Homepage: https://www.sigaa.ufs.br/sigaa/public/departamento/portal.jsf?id=191

e-mail: profa.nadielligalvao@gmail.com

 

Resumo

O objetivo do presente estudo foi averiguar a relação entre superávit e endividamento nos clubes de futebol brasileiros. Para isso, foram analisados o balanço patrimonial e a demonstração de resultado referentes ao período entre 2012 e 2014, de 24 organizações esportivas participantes da série A e B do campeonato brasileiro em 2016. A análise de correspondência e o coeficiente de correlação de Pearson foram adotados como forma de alcançar o objetivo traçado para o estudo com base nas teorias pecking order e trade off. Verificou-se que o endividamento geral dos clubes de futebol tem aumentado, crescendo assim a dependência por recursos externos, ao mesmo tempo em que, a geração de superávit tem piorado, visto que os clubes fecharam com déficit médio tanto em 2013 como em 2014, destacando-se apenas o Corinthians e Bragantino como clubes que conseguiram fechar seus demonstrativos contábeis com superávit nos três anos analisados. Verificou-se certo alinhamento da situação encontrada nos clubes ao pressuposto da teoria pecking order de que quanto maior o lucro, menor o endividamento organizacional, visto que a maioria dos clubes com alto endividamento apresentou geração de superávit ruim, enquanto as organizações esportivas com endividamento baixo, em sua maioria, apresentaram superávit considerado bom.

 

Texto completo:

Referências


AZZOLIN, J.L. Análise das demonstrações contábeis. Curitiba: IESDE, 2012.

BARROS; J.T.; MARTINS; V.A. Em busca do entrosamento entre equilíbrio financeiro e eficiência desportiva: estudo comparativo de clubes brasileiros de futebol. In: Anais do: XXXIV Encontro da ANPAD, 25 a 29 de setembro de 2010.

BRASIL. Lei n. 13.155 de 4 de agosto de 2015 - Estabelece princípios e práticas de responsabilidade fiscal e financeira e de gestão transparente e democrática para entidades desportivas profissionais de futebol [...]. Disponível em: Acesso em junho de 2016

BREALEY; R.A.; MYERS; S.C.; ALLEN; F. Princípios de finanças corporativas. 10 ed. São Paulo: AMGH, 2013.

BRESSAN, V.G.F.; LIMA, J.E.; BRESSAN, A.A.; BRAGA, M.J. Análise dos determinantes do endividamento das empresas de capital aberto do agronegócio brasileiro. Revista de Economia e Sociologia Rural, Piracicaba, SP, vol. 47, nº 01, p. 89-122, 2009.

CAPELO, R. O Perfil do endividamento dos clubes brasileiros de 2014. Revista época (Online). Publicado em agosto de 2015. Disponível em: . Acesso em abril de 2016.

DANTAS, M. G. S.; MACEDO, M. A. S ; MACHADO, M. A. V. Eficiência dos custos operacionais dos clubes de futebol do Brasil. In: Anais do XXII Congresso Brasileiro de Custos, Foz do Iguaçu., 2015

DAVID, M. ; NAKAMURA, W.T.; BASTOS, D.D. Estudo dos modelos trade-off e pecking order para as variáveis endividamento e payout em empresas brasileiras (2000-2006). Revista de Administração Mackenzie, São Paulo, vol.10 n.6, 2009.

DONATO, L.G. Liquidez e Estrutura de Capital das empresas brasileiras de capital aberto. Mestrado em engenharia da produção (Dissertação). Universidade de São Paulo, São Carlos, 2011.

FERREIRA; F. (2014, agosto) Resumo das finanças dos 27 maiores clubes do Brasil (consolidado). Pluri Consultoria. Publicado em agosto de 2014. Disponível em: . Acesso em abril de 2016.

FIELD, A. Descobrindo a estatística usando SPSS. Tradução de Lorí Viali. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.

GALVÃO; N.M.S.; MIRANDA; L.C. Participação e evidenciação de atletas nos demonstrativos contábeis de clubes de futebol brasileiro. Revista de Gestão, Finanças e Contabilidade, Salvador, v. 6, n. 1, p. 112- 131, 2016.

GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2008.

HOLANDA, A.P.; MENESES, A.F.; MAPURUNGA, P.V.R.; LUCA, M.M.M; COELHO, A.C.D. Determinantes do nível de disclosure em clubes brasileiros de futebol. Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ, Rio de Janeiro, v. 17, n.1, p. 2 - p. 17, 2012.

IARA; R.N. Análise da estrutura de capital em empresas brasileiras com diferentes níveis de endividamento: um estudo comparativo entre as teorias pecking order e trade off. Mestrado em contabilidade (Dissertação). Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2013.

KAVESKI; I.D.S.; ZITTEI; M.V.M.; SCARPIN; J.E. Trade Off e Pecking Order: Uma Análise das Empresas de Capital Aberto da América Latina. In: Anais do XIV Congresso USP de Controladoria e Contabilidade. São Paulo, 21 a 23 de julho de 2014.

LARA, J.E.; MESQUITA, J.M.C. Estrutura de Capital e Rentabilidade: análise do desempenho de empresas brasileiras no período pós Plano Real. Revista Contabilidade Vista e Revista, Belo Horizonte, v. 19, n. 2, p. 15-33, 2008.

LEME; T. (2015, maio) Déficit dos clubes brasileiros dispara em 2014; Flamengo é exceção. ESPN (Online). Publicado em maio de 2015. Disponível em: . Acesso em junho de 2016

LIMEIRA; A.L.F.; SILVA, C.A.S.; VIEIRA; C.; SILVA; R.N.S. Gestão contábil financeira. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2015.

MAÇAMBANNI, M.V.; SOUZA, M.M.; SOUZA, F.C.; MURCIA, F.D. Relação entre o nível de disclosure do capital intelectual e características das companhias listadas no índice BM&F Bovespa. Revista Alcance, Vol. 19 - n. 03 - p. 345-361, 2012.

MARÁ, M. (2015, maio) Fla lidera ranking de receitas e é único dos grandes a reduzir dívida; veja lista. Globo esporte (Online). Publicado em maio de 2015. Disponível em: . Acesso em abril de 2016.

MARCONI; M.A.; LAKATOS, E.M. Fundamentos da metodologia científica. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2003.

MEDEIROS, O.R.; DAHER, C.E. Testando Teorias Alternativas sobre a Estrutura de Capital nas Empresas Brasileiras. Revista de Administração Contemporânea, Curitiba, v. 12, n. 1, p. 177-199, 2008.

MORAES, C. F.; FERREIRA, J. R.; BALESTRASSI, P. P. Análise crítica da aplicação de métodos estatísticos em processos definidos por dados que não apresentam distribuição normal. GEPROS. Gestão da Produção, Operações e Sistemas, v. Ano I, p. 7-18, 2006.

MORAES, E.G. Determinantes da estrutura de capital das empresas listadas na Bovespa. Mestrado em Administração (Dissertação). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.

MÜLLER; A.N.; ANTONIK, L.R. Análise Financeira: uma Visão Gerencial. São Paulo: Atlas, 2007.

MYERS, S.C. Determinants of Corporate Borrowing. Journal of financial economics. V. 5, p. 147-175, 1977.

NAKAMURA; W.T. Reflexões sobre a Gestão de Clubes de Futebol no Brasil. Journal of Financial Innovation, São Paulo, Vol. 1, No.1, pp. 40–52, 2015.

OLIVEIRA; G.R.; TABAK; B.M.; RESENDE; J.G.L.; CAJUEIRO; D.O. Determinantes da Estrutura de Capital das Empresas Brasileiras: uma abordagem em regressão quantílica. Trabalhos para discussão – Banco Central, Brasília, n. 272, 2012.

PADOVEZE; C.L. Contabilidade Gerencial. Curitiba: IESDE, Brasil, 2012.

PEREBOLLI, F.F.C.; FAMÁ, R. Fatores Determinantes da Estrutura de Capital para Empresas Latino-Americanas. Revista de Administração Contemporânea, v.7, n.1, p. 09-35, 2003.

PEREIRA, M.C. (2015, agosto) Buscando títulos, clubes ampliam suas monstruosas dívidas e estão indo para o buraco. ESPN. Publicado em agosto de 2015, de: . Acesso em abril de 2016

PIRES; B.B.M. A situação econômico-financeira da empresa Hering nos período de 2007 a 2009. Bacharelado em Ciências Contábeis (Monografia). Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2011.

SANTOS; M.L. Finanças: fundamentos e processos. Curitiba: IESDE, 2009.

SCARPIN; J.E.; ALMEIDA, D.M.; MACHADO, D.G. Endividamento e lucratividade: um estudo em empresas familiares que compõe o índice IBRX-100 da BM&FBovespa. Revista Ambiente Contábil, Natal-RN. v. 4. n. 2, p. 93 – 109, 2012.

SILVA, A.F.; VALLE, M.R. Análise da Estrutura de Endividamento: um Estudo Comparativo entre Empresas Brasileiras e Americanas. Revista de Administração Contemporânea, Curitiba, v. 12, n. 1, p. 201-229, 2008.

TUMELERO, C.; SANTOS, S.A; PLONSKI, G.A. Inovação tecnológica em empresas intensivas na utilização de conhecimentos técnico e científico: Um estudo a partir da visão baseada em recursos (VBR). Revista de Administração e Inovação, São Paulo, v. 9, n.4, p.202-220, 2012.

VIVIANI; L. (2015, novembro) Profut possui inconstitucionalidades, dizem especialistas do direito desportivo. Jota (Online). Publicado em novembro de 2015, Disponível em: < http://jota.uol.com.br/profut-possui-inconstitucionalidades-dizem-especialistas-do-direito-desportivo>. Acesso em julho de 2016.

ZIRPOLI, C. (2013, outubro) Prejuízo bilionário dos clubes brasileiros, mesmo com os supercontratos. Diário de Pernambuco (Online), Publicado em outubro de 2015, Disponível em: . Acesso em outubro de 2016


DOI: http://dx.doi.org/10.18265/2526-2289v2n2p%25p

O arquivo PDF selecionado deve ser carregado no navegador caso tenha instalado um plugin de leitura de arquivos PDF (por exemplo, uma versão atual do Adobe Acrobat Reader).

Como alternativa, pode-se baixar o arquivo PDF para o computador, de onde poderá abrí-lo com o leitor PDF de sua preferência. Para baixar o PDF, clique no link abaixo.

Caso deseje mais informações sobre como imprimir, salvar e trabalhar com PDFs, a Highwire Press oferece uma página de Perguntas Frequentes sobre PDFs bastante útil.

Visitas a este artigo: 1818

Total de downloads do artigo: 2116