DESCRIÇÃO E TESTAGEM DE VARIEDADES DE SEMENTES CRIOULAS E SEUS METODOS DE CULTIVO NO MUNICIPIO DE PICUÍ-PB
Resumo
É possível perceber que nos últimos anos a perda da biodiversidade tem se elevado em todo o mundo, atingindo níveis alarmantes em todos os ecossistemas provocando assim a extinção ou diminuição drástica da população de várias espécies animais e vegetais. Esse cenário de desequilíbrio ambiental se deve em sua maioria a ação antrópica do homem, que explora os bens naturais indiscriminadamente e sem responsabilidade com as gerações futuras visando na maioria das vezes o lucro acima de qualquer outro fator, ecossistemas inteiros vem perdendo sua riqueza genética principalmente espécies de plantas propícias para a agricultura. No semiárido brasileiro, as condições agroambientais não são favoráveis a grandes áreas agricultáveis passíveis de irrigação. Aliado a este fator, temos como agravantes as secas, a pobreza, a perda de qualidade dos solos, a prática do monocultivo e, mais recentemente, as plantas transgênicas que colocam em risco a autonomia dos agricultores em relação a cultura passada de geração em geração, de armazenar, plantar e distribuir suas sementes. Assim, o objetivo do presente trabalho foi identificar, coletar amostras e realizar o teste de transgenia em sementes de milho de agricultores familiares do município de Picuí e descrever os métodos e práticas de cultivo utilizadas por estes produtores rurais em sementes crioulas. A descrição das sementes crioulas foi feita via fotografias, descrição oral, entrevista semiestruturada e pesquisa bibliográfica, a fim de levantar informações sobre a forma de condução do plantio, resistência a seca, hábitos de crescimento, meios de aquisição de novas sementes, conservação das espécies e período ideal para o plantio. Após a realização das entrevistas e realização dos testes de transgenia, concluiu-se que são necessárias, de forma urgente, políticas públicas adequadas aos agricultores familiares do semiárido para a conservação das suas sementes, tendo em vista a necessidade de convivência com a seca e o avanço da contaminação do milho crioulo por proteínas transgênicas.
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