A POÉTICA DO COTIDIANO COMO CAMINHO PARA O VIVER AUTÊNTICO

JOÃO EDSON EDSON RUFINO

Resumo

João Edson Rufino[1]

Francisco Tibério Felizmino de Araújo[2]

A humanidade vem ao longo do tempo, tentando criar meios de satisfazer as suas necessidades nessa sociedade de consumo, no qual as relações ganham ares mercantilistas, passando a perder parte da sua natural sensibilidade, conforme suas buscas materiais, muitas vezes provocando níveis de angústia que gera tristezas ao invés de alegrias; de busca e desejos e não de saciedade. Nesse modo de viver é como se houvesse uma prática cotidiana de desumanização, deixando no rastro humano a insensatez. Segue que se faz necessário, que o sujeito humano consiga sair desse quadro de aprisionamento porque viver bem é uma necessidade premente, principalmente, com o advento da pandemia da COVID-19, que acaba por ampliar esses sentimentos com a prática do distanciamento social. Nunca foi tão necessário recorrer ao ócio criativo e diante das circunstâncias negativas, criar meios possíveis de encontrar formas mais humanizadas de se viver, de se respeitar e de explorar a arte criativa, porque em muitas formas de expressão, podemos encontrar a alegria, a distração, o deslumbramento com a construção e exploração da arte poética focada na sua realidade cotidiana. Nessa perspectiva, o presente trabalho, intitulado “A Poética do Cotidiano Como Caminho Para O Viver Autêntico” constitui-se da realização de oficina destinada a professores e alunos, que compõem as cidades parceiras do Programa InterdisciplinaCidade e objetiva mediar e estimular o processo de construção da expressividade poética em suas diversas formas de representações – poesias, versos, prosas, crônicas, contos, música, adágios, ditos populares, entre outras possibilidades. A metodologia utilizada é a gestão participativa dos processos criativos, com o envolvimento de todos os membros participantes no processo referenciado, no qual se apresentam, exploram e são perfomatizadas as habilidades de expressividade dos sujeitos em relação ao seu mundo cotidiano, de onde pode buscar sua inspiração criativa, de forma a favorecer sua produção cultural própria a partir de sua subjetividade. Os resultados até aqui obtidos demonstram, de forma inconteste, que as inspirações vêm do eu interior, muito mais do que das motivações externas. Com efeito, constatamos o quanto o discurso eivado de poeticidade e disseminado nos espaços escolares é de extrema relevância para a constituição das subjetividades dos sujeitos envolvidos no processo e entendemos ser recomendável que haja uma reflexão acerca do que a poeticidade expressa no cotidiano promove nas vidas dos participantes da oficina referenciada, tendo por base, seus saberes, práticas e experiências, que apontam para seu modo de ser e de fazer as coisas acontecerem, objetivando transformar os sonhos em realidade. É bem dessa forma que o sujeito se descobre em sua criação estética, artística e, reconhecendo essa potencialidade torna-se capaz de modificar o seu entorno, tão necessitado de outros sentidos que esses novos tempos nos impõem.

Palavras-Chaves: Docência. InterdisciplinaCidade. Poeticidade. Autoestima. Empatia.


[1] Doutor em Literatura e Interculturalidade pelas UEPB/SORBONNE. Professor EBTT do IFPB Campus Sousa. E-mail: joão.rufino@ifpb.edu.br

[2] Especialista em Filosofia Clínica pelo Instituto Packter (RS). Professor EBTT do IFPB Campus Sousa. E-mail: francisco.araujo@ifpb.edu.br

Texto completo:

Referências


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DOI: http://dx.doi.org/10.35512/ras.v5i1.5128

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