Agroecologia como princípios na educação do campo

Elton Carlos Pereira Vieira de Alencar Teles

Universidade Federal do Vale do São Francisco Brasil

Engenheiro Agrônomo e Mestre em Engenharia Agrícola.

Daniel Carvalho Leite

Associação Programa Um Milhão de Cisternas para o Semiárido, Articulação do Semiárido Brasileiro. Brasil

Engenheiro Agrônomo e Mestre em Extensão rural.

Resumo

O presente estudo traz informações a partir de literaturas que relatam e descrevem a agroecologia como princípios na educação do campo. As informações aqui descritas abordam a origem da educação do campo, assim como sua relação direta com a agroecologia. A análise história relata que no Brasil, durante a década de 60 e 70, iniciou-se o processo de modernização da agricultura brasileira, conhecido como revolução verde. Essa revolução trouxe mudanças na forma de produção vegetal entre os agricultores, os quais passaram a utilizar modelos de agricultura excludentes e que modificavam seus valores culturais e sociais. Com a resistência ao agronegócio, surgiram os movimentos sociais e as experiências agroecológicas na educação do campo. Destaca-se como marco referencial em agroecologia em 2006, a constituição dos núcleos de agroecologia e de grupos de pesquisa em várias universidades e instituições de ensino superior, os quais favoreceram a criação de cursos de agroecologia. Esses cursos têm como público-alvo os assentados da reforma agrária e agricultores de base familiar que poderão fortalecer e dar identidade ao modelo de agricultura praticada pelo camponês. Como ferramenta metodológica para o desenvolvimento da educação no campo, revela-se os intercâmbios que são essências para interação entre discentes, docentes e agricultores familiares, de modo que o ensino e a aprendizagem sejam transmitidos entre todos os agentes participativos.

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Referências


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DOI: http://dx.doi.org/10.35512/ras.v2i1.1971

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