A Pedagogia do Destino: baby sacer na Educação Infantil

Maria Cristina Schefer

ORCID iD Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) Brasil

 

 

Gelsa Knijnik

ORCID iD Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) Brasil

Resumo

E se nada for como dizem os documentos oficiais que protegem a infância? E se, na prática, houver o nascimento planejado de seres desnudos de direitos nas periferias das periferias – baby sacer –, e se para eles a passagem pela Educação Infantil nada mais for do que uma etapa da “Pedagogia do Destino”, num “processo educativo” que os mantém à margem de tudo? Este estudo, excerto de tese de doutorado com reflexões posteriores, aborda as contingências de escolarização das crianças pobres. Ressaltam-se, no referencial, Bauman, Boaventura, Pinto e Sarmento, respectivamente com as ideias de “Sociedade de Consumo Líquido-Moderna”, “Pensamento Abissal” e a “Estrutura Social como condicionante das desigualdades e da discriminação” com e entre crianças.

 

Palavras-chave


Periferia; Educação infantil; Estudo etnográfico


Texto completo:

Referências


ANDRÉ, M. E. D. A. Etnografia da prática escolar. 14. ed. São Paulo: Papirus, 1995 (Série Prática Pedagógica).

BARBOSA, M. C. S. Práticas Cotidianas na Educação Infantil: Bases para a reflexão sobre as orientações curriculares. Brasília: Ministério da Educação, 2009.

BAUMAN, Z. Modernidade e holocausto. Trad. de Marcus Penchel. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.

______. Vida para o consumo: a transformação das pessoas em mercadoria. Trad. de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2008.

______. Vida em fragmentos. Trad. de Alexandre Werneck. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.

______. Sobre educação e juventude: conversas com Riccardo Mazzeo. Trad. de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.

_______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 23 dez. 1996. Seção 1, p. 1-9.

DELGADO, A. C. C.; MÜLLER, F. (Orgs.). Apresentação. Revista Educação e Sociedade, Dossiê Sociologia da Infância: pesquisas com crianças, Campinas, v. 26, n. 91, p. 343-535, maio/ago. 2005.

DEL PRIORE, M. A criança negra no Brasil. In: JACÓ-VILELA, A. M.; SATO, L. (Orgs.) Diálogos em psicologia social [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2012. Disponível em: http://books.scielo.org/id/vfgfh/pdf/jaco-9788579820601-16.pdf. Acesso em: ago. 2013.

DORNELLES, L. V. Infâncias que nos escapam: da criança na rua à criança cyber. 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989.

GREEN, J. L.; DIXON, C. N.; ZAHARLICK, A. A etnografia como uma lógica de investigação. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 42, p. 13-79, dez. 2005. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/pdf/edur/n42/n42a02.pdf. Acesso em: 8 maio 2013.

GURAN, M. Considerações sobre a constituição e a utilização de um corpus fotográfico na pesquisa antropológica. Discursos Fotográficos, Londrina, v. 7, n. 10, p. 77-106, jan./jun. 2011. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/discursosfotograficos/article/view/9215/7841. Acesso em: 2 jun. 2014.

MAUTNER, Y. A periferia como fronteira de expansão do capital. In: DÉAK, C.; SCHIFFER, S. R. (Orgs.). O processo de urbanização no Brasil. São Paulo: EDUSP, 1999. p. 244-259.

PINTO, M.; SARMENTO, M. J. (Coords.). As crianças: contextos e identidades. Braga, Portugal: Universidade do Minho, 1997.

SANTOS, B. S. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. In: SANTOS, B. S.; MENESES, Maria Paula (Orgs.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010.

SANTOS, M. Da totalidade ao lugar. São Paulo: Editora da USP, 2008.


DOI: http://dx.doi.org/10.18265/1517-03062015v1n43p202-211

O arquivo PDF selecionado deve ser carregado no navegador caso tenha instalado um plugin de leitura de arquivos PDF (por exemplo, uma versão atual do Adobe Acrobat Reader).

Como alternativa, pode-se baixar o arquivo PDF para o computador, de onde poderá abrí-lo com o leitor PDF de sua preferência. Para baixar o PDF, clique no link abaixo.

Caso deseje mais informações sobre como imprimir, salvar e trabalhar com PDFs, a Highwire Press oferece uma página de Perguntas Frequentes sobre PDFs bastante útil.

Visitas a este artigo: 1544

Total de downloads do artigo: 1352