Reflexões sobre o desenvolvimento em cidades pequenas: o caso de Esperança, estado da Paraíba

João Paulo Gomes de Vasconcelos Aragão

ORCID iD Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) Brasil

Caroline Oliveira Porto Souza

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), Campus Esperança Brasil

Resumo

O presente trabalho teve como objetivo principal refletir a aparente dissociação entre o discurso de desenvolvimento e sua efetivação no âmbito interno das cidades pequenas, visando à identificação de suas peculiaridades a partir do caso de Esperança, estado da Paraíba. Situada no Agreste paraibano, esta cidade representa, em suas dinâmicas socioespaciais, os dilemas e as contradições do desenvolvimento em cidades pequenas. Utilizou-se o método hipotético dedutivo, visando analisar essas dinâmicas, desde suas configurações em escalas para além do recorte local até aquelas de materialização na dimensão intraurbana. Como resultados, verificou-se a amplitude científica do tema perante a contribuição de ciências como a Geografia, a Economia e a Sociologia. Além disso, observou-se a necessidade de ampliação e alinhamento entre as políticas públicas que condicionam a reprodução do espaço urbano e a efetivação do desenvolvimento, como prática de humanidade e sustentabilidade, para todos os que vivem nas cidades pequenas. O estudo da cidade de Esperança exemplificou a contradição existente, primeiramente, entre as políticas que limitam a perspectiva de desenvolvimento à dimensão econômica da vida social e política e, secundariamente, na desatenção do Estado aos espaços periurbanos (franjas urbanas) que expõem a urgência de ações para mitigar as carências de serviços públicos aos grupos sociais de menor poder aquisitivo, especialmente.

Palavras-chave


Desenvolvimento; Cidades pequenas; Esperança/PB


Texto completo:

Referências


AB’SABER, A. N. Bases conceptuais e papel do conhecimento na previsão de impactos. In: MULLER-PLANTENBERG, G. e AB’SABER, A. N. (Orgs.). Previsão de Impactos: o estudo de impacto ambiental no leste, oeste e sul. Experiências no Brasil, na Rússia e na Alemanha. São Paulo: Edusp, 1994.

______. Um conceito de Geomorfologia a Serviço das Pesquisas Sobre o Quaternário. Geomorfologia: GEOG/USP, São Paulo, n. 18, 1969. Disponível em: http://xa.yimg.com/kq/groups/14599993/294513207. Acesso em: 15 ago. 2016.

AMARAL, S. A. T.; RI, L. D. Capital social, democracia e desenvolvimento. Perspectivas em Gestão & Conhecimento, João Pessoa, v. 1, n. 2, p. 136-149, jul./dez. 2011.

ARAGÃO, J. P. G. de V. Tópicos sobre pesquisa social em Geografia no âmbito dos Institutos Federais no Brasil – apontamentos introdutórios. Revista Principia, João Pessoa, n. 29, p. 46-60, 2016.

BERTRAND, G. Paysage ETGeographiePhisiqueGlobale: equisseméthodologique. Rev. Géogr. Des Pyrenées ET Du Sud-ouest (Toulouse), v. 39, n. 3, p. 249-272, 1968.

CORRÊA, R. L. Globalização e reestruturação da rede urbana: uma nota sobre as pequenas cidades. In: ______. (Org.). Estudos sobre a rede urbana. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2015. p. 42-61.

CALDAS, L.; PACHECO, E. M.; SOBRINHO, M. D. Institutos federais de educação, ciência e tecnologia: limites e possibilidades. In: MORIGI, V.; PACHECO, E. M. (Org.). Ensino técnico, formação profissional e cidadania. Porto Alegre: Tekné, 2012. p. 9-15.

COUTINHO, S. A. Perfil, relações e necessidades: uma breve análise sobre as cidades pequenas. GeoTextos, v. 7, n. 1, p. 83-104, 2011.

FURTADO, C. Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras: 2007.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). IBGE Cidades. Disponível em: http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=250600. Acesso em: 15 de out. 2016.

MONTEIRO, C. A. de F. Geossistemas a história de uma procura. São Paulo: Contexto, 2001.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Os 17 objetivos do desenvolvimento. Nova York: ONU, 2015.

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Valores e Desenvolvimento Humano 2010. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento: Brasília, 2010a.

______. Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil. Brasília: PNUD, 2010b.

ROSS, J. L. S. Ecogeografia do Brasil: subsídios para planejamento ambiental. São Paulo: Oficinade Textos,

______. Análises e Sínteses na Abordagem Geográfica da Pesquisa para o Planejamento Ambiental. Revista do Departamento de Geografia da USP, São Paulo. n. 9, p. 65-75, 1995.

SACHS, I. Ecodesenvolvimento: crescer sem destruir. São Paulo: Vértice, 1986.

______. Desenvolvimento: includente, sustentável sustentado. Rio de Janeiro: Garamond, 2008.

SANTOS, M. Espaço e método. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2012a.

______. Da totalidade ao lugar. São Paulo: Edusp, 2012b.

______. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2007.

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E GESTÃO DA PARAÍBA. Eixos integrados do desenvolvimento na Paraíba. João Pessoa: SEPLAG, 2014.

SEN, A. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Civilização brasileira, 2010.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2007.

SILVA, C. da S. Desenvolvimento Sustentável: um modelo analítico integrado e adaptativo. Petrópolis: Rio de Janeiro, 2008.

SOTCHAVA, V. B. Uma teoria de classificação de geossistemas da vida terrestre. GEOGUSP, São Paulo, n. 14, p. 69-77, 1978.

SPOSITO, E. S.; SILVA, P. F. J. da. Cidades Pequenas: perspectivas teóricas e transformações socioespaciais. Jundiaí: Paco Editorial, 2013.

TRICART, J. Ecogeography and rural management: a contribution to the International Geosphere-Biosphere Programme. Paris: Longmam Scientific & Technical, 1992.

______. Ecodinâmica. Rio de Janeiro: IBGE, 1977.


DOI: http://dx.doi.org/10.18265/1517-03062015v1n33p85-98

O arquivo PDF selecionado deve ser carregado no navegador caso tenha instalado um plugin de leitura de arquivos PDF (por exemplo, uma versão atual do Adobe Acrobat Reader).

Como alternativa, pode-se baixar o arquivo PDF para o computador, de onde poderá abrí-lo com o leitor PDF de sua preferência. Para baixar o PDF, clique no link abaixo.

Caso deseje mais informações sobre como imprimir, salvar e trabalhar com PDFs, a Highwire Press oferece uma página de Perguntas Frequentes sobre PDFs bastante útil.

Visitas a este artigo: 2398

Total de downloads do artigo: 3861